sábado, 30 de maio de 2009

Os católicos diante do aborto

Os católicos diante do aborto

29/05/2009 -
Tribuna do Norte

http://tribunadonorte.com.br/noticias/110941.html

Atualmente, há um grande incentivo para que as pessoas sejam fiéis e leais ao que se convencionou chamar de identidade cultural. Afirma-se que esta lealdade é necessária porque a identidade cultural é um forte fator de agregação social e, além disso, ajuda as pessoas a se posicionarem dentro do multiculturalismo e da globalização.
Por este motivo, o cidadão é convocado a ser fiel e leal ao seu partido político, seu sindicato, seu time de futebol, sua novela, seu animal de estimação e até mesmo ao consumo de todo tipo de objeto inútil. Esta fidelidade é incentivada pela mídia, pelo Estado, pela escola e por outras estruturas sociais.
Entretanto, há uma exceção dentro do incentivo à fidelidade à identidade cultural. Essa exceção é a religião. Quando se trata dos valores e preceitos religiosos, as pessoas são maciçamente incentivadas a renegarem esses valores e preceitos. As mesmas estruturas sociais (mídia, Estado, escola etc) que incentivam a fidelidade à identidade cultural, são as que renegam e até mesmo desprezam os valores morais oriundos da religião.
Um pequeno, mas significativo exemplo, é a questão do aborto. Há uma grande campanha para legalizar o aborto. A Igreja e, por conseguinte, todos os fiéis católicos, sempre se posicionaram de forma clara e objetiva no sentido de mostrar todos os aspectos negativos do aborto. Entretanto, ao invés de os fiéis católicos serem incentivados a continuarem leais à posição oficial da Igreja, como determina o princípio da identidade cultural, vê-se justamente o contrário. Incentivam-se os fiéis católicos a se rebelarem contra a Igreja e, por conseguinte, a se proclamarem defensores do aborto. Para este fim não faltam argumentos e sofismas linguísticos que afirmam, por exemplo, que o aborto é uma terapia, que é a porta da liberdade e da felicidade, que a Igreja é conservadora e não atualizou sua doutrina religiosa.
Diante dessa tentativa de legalizar o aborto por meio da promoção da insurreição dos fiéis católicos contra a Igreja, é preciso construir dois breves argumentos: primeiro, essa tentativa demonstra como o princípio do multiculturalismo é fraco. A sociedade contemporânea afirma aceitar qualquer expressão cultural, até mesmo o uso de drogas ilegais, mas não aceita a moral religiosa, a qual é acusada de ser conservadora e autoritária. Isso revela como a sociedade é preconceituosa. Usar drogas ilegais pode, seguir a moral cristã não pode. Segundo, pelo que consta, os valores religiosas estão acima de muitos outros valores como, por exemplo, partidos políticos, sindicatos, times de futebol. Se o cidadão é convocado a ser leal a tais valores, o mesmo cidadão, por uma questão ética, deve ser muito mais leal aos valores religiosos. Esta fidelidade se deve ao fato de os valores religiosos terem demonstrado ser mais constantes do que qualquer outro valor. Partidos políticos e times de futebol possuem um período de tempo para existir. As novelas e objetos de consumo acabam rapidamente. Entretanto, a religião provou extrapolar todos os prazos de validade. Isto acontece porque ela trabalha com o eterno e com o que há de mais nobre e valioso que o ser humano já teve acesso.
É lamentável ver que as pessoas são incentivadas a serem leais a partidos políticos, times de futebol e até mesmo a novelas, mas este mesmo incentivo não é realizado quando se trata dos valores morais religiosos. E essa lamentação se dá principalmente diante do aborto. Ninguém parou para ver o óbvio: o bebê no ventre da mãe é a possibilidade de reprodução da vida que Deus deu ao ser humano. Matar o bebê no ventre da mãe é matar essa possibilidade. É negar a própria vida. Por esse motivo, os católicos devem continuar fiéis à doutrina da Igreja, que condena duramente o aborto, e não aderirem ao preconceituoso princípio que exclui a religião da discussão dos problemas da vida social.

domingo, 10 de maio de 2009

A novela Paraíso: um exemplo do marketing ateu

Atualmente no horário de 18h00 a Rede Globo de Televisão está regravando e retransmitindo uma novela que a própria Rede Globo transmitiu na década de 1980, ou seja, a novela Paraíso. Sinteticamente, o enredo dessa novela é o seguinte: numa pequena e atrasada cidade do interior, profundamente influenciada pelos valores e modismos sociais das cidades grandes, uma jovem moça católica conhecida como “santinha” vivi um dilema, ou seja, seguir os valores da religião ou viver um caso de amor – que pode se transformar até em casamento – com um jovem aventureiro que se auto-proclama “filho do diabo”. Em torno desse dilema circulam uma série de personagens que vão desde o padre, passando pelas moças alienadas até chegar aos tradicionais fazendeiros que aparecem nas novelas, conhecidos como “coronéis”, que nunca trabalham, mas que levam uma vida confortável.

O interessante da atual retransmissão da novela Paraíso é que, dessa vez, a Rede Globo não escondeu seu espírito secular e seu interesse em propagar o evangelho do ateísmo.

É interessante notar que atualmente há uma grande exigência para que as novelas sejam realistas e transmitam a mais profunda essência dos grupos e estruturas sociais. Um bom exemplo dessa exigência são os personagens homossexuais, deficientes físicos ou de alguma minoria étnica. Esses personagens são apresentados pelas novelas, principalmente as novelas da Rede Globo, com grande realismo. No entanto, há uma grande exceção a essa regra: é justamente a religião cristã. Todos os personagens (padres, freiras, missionários, fiéis, etc) que de alguma forma são cristãos são apresentados de forma estereotipada e superficial. São sempre personagens alienados, com profundos problemas psicológicos, dados ao álcool e a fofocas, e na maioria das vezes são perversos e cruéis. A imagem dos cristãos que as novelas apresentam, especialmente a Rede Globo, é muito diferente da realidade encontrada dentro dos templos cristãos em todo o território brasileiro. Quando o assunto é o Cristianismo a Rede Globo não segue o princípio de apresentar a realidade e a mais profunda essência dos grupos sociais.

Um pequeno mais significativo exemplo desse problema é a novela Paraíso. Nesta novela encontramos a personagem central, a “santinha”, rezando para uma Santa que ninguém sabe o nome. É a Virgem Maria? É Santa Rita de Cássia? É Santa Luzia? Ninguém sabe. A novela Paraíso é uma espécie de “manual do desconhecimento religioso”.

Além disso, na novela a “santinha” perdeu a fé com muita facilidade e chegou para sua mãe – a personagem “beata”, representada pela atriz Cássia Kiss – e disse duas coisas:

1) O tempo que passou no Convento (a jovem “santinha” fez um curso em um convento católico) foi um tempo perdido. É interessante notar que se esse raciocínio for levado ao pé da letra muita coisa na sociedade contemporânea será considerada perda de tempo. Por acaso, não será perda de tempo assistir as novelas, incluindo as da Rede Globo? Não será perda de tempo assistir aos diversos campeonatos de futebol? Não será perda de tempo passar horas nos Shopping Centres? Essas perguntas são um bom tema para reflexão nas novelas.

2) O personagem “santinha” chegou para a mãe, a “beata”, e disse: “Eu falei pra santa (que ninguém sabe quem é) que não vou cumprir a promessa (a “santinha” fez uma promessa) e eu acho que ela entendeu”. É interessante notar que tradicionalmente as novelas cobram ou estimulam as pessoas a cumprirem com seus deveres. Nas novelas as pessoas devem votar, torcer por seus times de futebol, participar de festas, principalmente do carnaval. O único dever que as novelas não estimulam é o dever com o sagrado, com o divino. Nas novelas o sagrado é algo desnecessário e, portanto, não deve ser praticado. Qualquer coisa tem valor nas novelas, menos o sagrado.

A atual novela Paraíso é um bom exemplo do marketing ateu. Nesta novela tem-se uma “santa” que ninguém sabe o nome, é realizada uma exaltação do “filho do diabo” e não do Filho de Deus, ou seja, de Jesus Cristo, o padre da cidade não realiza qualquer atividade de evangelização, os cristãos piedosos são rotulados de “beatas” e se quer aparecem nas cenas da novela. É uma novela que as orações e os atos de fé cristã são apresentados como superados e antiquados. Nesta novela o moderno é falar do “filho do diabo”, viver de fofocas e de sonhar com o estilo de vida secular e até mesmo pagão das grandes cidades.

As novelas funcionam no Brasil como uma espécie de “catecismo secular” onde as pessoas, ao assistirem as novelas, aprendem o que deve ser feito no cotidiano, o que é certo e errado. Pelo enredo da novela Paraíso qualquer cidadão que tenha o mínimo de senso crítico vai perceber que para a Rede Globo o correto é não ter nenhuma religião. Ou melhor, a única religião que deve ser praticada não é o Cristianismo, mas o culto as próprias novelas. A novela Paraíso está dizendo para todos os brasileiros: “Não precisam acreditar em Deus, ir a Igreja e fazer orações. O que os brasileiros precisam é apenas assistir as novelas e acreditar em tudo o que elas ensinam”. Mesmo que esse ensinamento seja o culto ao “filho do diabo”. O Paraíso que a Rede Globo tem a oferecer aos brasileiros não é o Paraíso bíblico, anunciado por Jesus Cristo, mas é o paraíso da alienação das novelas. E infelizmente multidões de brasileiros atualmente vivem iludidos correndo atrás do paraíso oferecido pela Rede Globo e não correm atrás do Paraíso oferecido gratuitamente por Jesus Cristo.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Quem financia a Teologia da Libertação?

A Teologia da Libertação (TL), de forte teor marxista, afirma defender os pobres e desejar libertar o ser humano da opressão social. De certa forma, os padres e os religiosos oficialmente ligados e simpatizantes dessa corrente teológica são duplamente pobres. De um lado, são pobres porque fazem voto de pobreza e vivem oficialmente à custa de doações dos fiéis. Do outro lado, são pobres porque seguem uma ideologia que faz apologia da pobreza.

Entretanto, há uma coisa a ser observada, ou seja, o grande poder de comunicação e de mobilização humana que a Teologia da Libertação possui na América Latina. A TL realiza constantemente grandes eventos (congressos, simpósios, etc) nacionais e internacionais, mantêm uma ampla rede de sites na Internet, páginas em jornais, programas de rádio e TV, possui uma ambiciosa política de publicação de livros e tem sob seu controle dezenas de revistas acadêmicas e de informação geral.

É até contraditório que padres e religiosos que são duplamente pobres tenham dinheiro para criar e manter uma rede de comunicação e de mobilização humana tão grande. Da onde vem tanto dinheiro? Quem financia a Teologia da Libertação?

Uma pessoa comum poderá responder que quem financia a gigantesca máquina de comunicação e de mobilização humana da TL é a Igreja Católica que, após 2.000 anos de história, conseguiu juntar grandes somas de dinheiro e muita experiência administrativa.

Essa resposta poderia até estar correta se não fosse um fato muito sério. O fato é que devido à opção ideológica da TL, ou seja, o materialismo ateu pregado pelo marxismo, a Igreja sempre viu com certa desconfiança a pregação revolucionária da TL. Essa desconfiança só fez aumentar. Até que em 06 de agosto de 1984 o Vaticano, por meio a Congregação para a Doutrina a Fé, publicou a Instrução sobre alguns aspectos da “Teologia da Libertação”. Nessa instrução a Santa Sé realiza uma aprofundada análise dos pressupostos teóricos da TL e concluí que as posições da TL são “incompatíveis com a visão cristã do homem” (VIII, 1), ou seja, a Teologia da Libertação pode até ser um ótima propaganda do marxismo e do materialismo, mas não é uma expressão teológica que mereça ser seguida pelos fieis católicos.

Após esse pronunciamento oficial da Igreja, cada vez mais, as organizações e os fiéis católicos passaram a financiar, cada vez menos, a TL. Teoricamente era para, após este pronunciamento, grande parte da capacidade logística dessa expressão teológica ter ficado fragilizada. Entretanto, a realidade é outra. Após o ano e 1984 a TL cresceu ainda mais sua estrutura de comunicação e capacidade de mobilização humana. O que aconteceu?

Se as organizações e os fiéis católicos não estão mais financiando a TL, quem está? E a Igreja não financia a TL, quem financia?

É difícil dá uma resposta definitiva para essa pergunta, mas é possível citar duas grandes fontes de recursos financeiros para abastecer a gigantesca máquina de propaganda da TL.

A primeira fonte pode ser classificada de “clássica”, ou seja, é uma fonte anterior a década de 1990.

A fonte “clássica” pode ser dividida em duas origens.

A primeira é o regime socialista de Cuba. Esse regime sempre foi visto pelos líderes e pela militância da TL como o modelo político a ser implantada na América Latina. Havia – e continua havendo – um acordo entre o regime socialista de Cuba e a TL. A TL defende esse regime e, em troca, o regime financia parte do aparato de comunicação da TL. O problema é que Cuba tem uma economia muito fragilizada e, por conseguinte, nunca teve condições de doar grandes somas de dinheiro para a TL.

A segunda são organizações, fundações privadas e ONGs que não tem qualquer vínculo oficial com a Igreja. Inclusive, muitas vezes, são organizações anticristãs. A opção ideológica da TL, ou seja, o materialismo ateu oriundo do marxismo, é vista por essas organizações como uma possibilidade concreta de poder entrar dentro da Igreja idéias anticristãs que são rejeitadas pelos Evangelhos e pelo Magistério. Entre essas idéias estão: o ateísmo, o aborto, o secularismo, o fim do casamento, a promiscuidade e outras. Há um acordo, não oficial, entre a TL e essas organizações. Por esse acordo, essas organizações financiam a gigantesca estrutura de comunicação e de mobilização humana da TL e, por sua vez, a TL espalha no meio dos cristãos idéias e valores rejeitados pelo Magistério da Igreja. Não é a toa que a Teologia da Libertação afirma abertamente discordar da interpretação oficial dos textos Sagrados realizada pela Igreja.
A segunda fonte de financiamento, ou seja, a fonte não “clássica”, é estabelecida a partir da década de 1990 e vem até o presente momento histórico. Essa fonte são os diversos regimes esquerdistas estabelecidos na América Latina, em países como: Brasil, Venezuela, Bolívia, Equador e mais recentemente o Paraguai.

A TL fez – e continua fazendo – campanha política em defesa desses regimes. Obviamente, que numa sociedade livre a TL pode escolher fazer campanha política para a ideologia que quiser. A questão é que desde a sua origem na década de 1960 sempre houve uma íntima afinidade ideológica entre a Teologia da Libertação e a esquerda na América Latina. Essa afinidade não foi rompida nem nos casos em que a esquerda latino-americana enveredou pelo caminho do autoritarismo e do totalitarismo como, por exemplo, em Cuba, na Nicarágua e mais recentemente na Venezuela.

Com o crescimento econômico mundial na década de 1990 e com os altos preços do barril de petróleo, que só foram interrompidos com a crise econômica mundial estabelecida em 2008, os novos regimes de esquerda implantados na América Latina (Brasil, Venezuela, Bolívia e Equador) passaram a desfrutar de altas somas de dinheiro. Parte desse dinheiro foi – e continua sendo – utilizada para estruturar e aparelhar à esquerda nos países da América Latina.

E justamente uma das formas de estruturar e aparelhar à esquerda latino-america é financiar a máquina de propaganda da Teologia da Libertação. Com isso, a TL passa a receber altas somas de dinheiro para poder manter e expandir sua estrutura de mobilização humana.

sábado, 25 de abril de 2009

Fernando Lugo, teologia da libertação e o neopopulismo

Nos últimos dias do mês de abril de 2009 a grande mídia nacional e internacional apresentou o caso dos filhos que o ex-bispo católico, líder da Teologia da Libertação (TL) na América Latina e atual presidente do Paraguai, Fernando Lugo, teve quando ainda exercia as funções sacerdotais. É preciso esclarecer que até o presente momento ele reconheceu a paternidade de três filhos e segundo analistas da política paraguaia este número pode segar a seis ou até mais. Em grande medida, o que a grande mídia faz é apresentar de forma escandalosa e sem reflexão esse caso. Obviamente, ninguém está defendendo a postura, no mínino, anti-ética de Fernando Lupo. Entretanto, é preciso ir além do escaldá-lo da paternidade múltipla de Fernando Lupo.

Fernando Lugo é um ex-religioso franciscano que, assim como Leonardo Boff, foi formado nas décadas de 1960 e 1970 dentro do ateísmo materialista do marxismo. Ele é o que se pode chamar, paradoxalmente, de padre ateu. É uma grande contradição existir um padre que seja ateu, mas a verdade é que entre 1960 a 1980 o secularismo e o ateísmo penetrou em muitos seminários católicos na América Latino, inclusive no Paraguai que hoje é governado por Lugo.

O problema não é o ateísmo. Dentro de uma sociedade livre e democrática uma pessoa pode escolher não acreditar em Deus. O problema é outro, ou seja, é o fato dos religiosos sem fé que se organizaram em torno da Teologia da Libertação passaram a fazer duas grandes coisas. Primeira, criticar abertamente a Bíblia, a hierarquia e o Magistério da Igreja. De repente dois mil anos de fé cristã foram postos em xeque não por inimigos externos da Igreja, mas por padres e religiosos que foram formados dentro das instituições católicas. Segundo, já que esses religiosos, incluindo Fernando Lugo, não possuem fé e não acreditam em Jesus Cristo Salvador, então eles resolveram aderir radicalmente ao discurso secularizado na sociedade moderna. Discurso que afirma que o Reino de Deus será construído na terra e que, portanto, deve-se lutar para que as pessoas possam desfrutar dos benefícios da sociedade moderna. Este tipo de discurso é chamado de defesa dos pobres.

O problema é que tanto a Teologia da Libertação (TL) como um dos seus atuais líderes, ou seja, o ex-bispo Fernando Lugo, enveredaram não pelo caminho da liberdade e da democracia, mas pelo caminho socialista. É preciso deixar claro que em hipótese alguma está sendo criada uma igualdade entre a liberdade e a democracia com regimes políticos de direita. Muitos regimes políticos de direita são anti-liberdade e antidemocráticos.

Hoje quase ninguém sabe o que é socialismo. Tanto na grande mídia, como também nos livros de história o socialismo é pouco citado ou até mesmo esquecido. O fato é que do século XIX até 1989, quando houve a queda do Muro de Berlim, o regime socialista foi um dos piores pesadelos que a humanidade já viu. Poucos regimes foram tão tirânicos e totalitários como o socialismo. Entretanto, o que a TL e, por conseguinte Fernando Lupo, oferecem a América Latina é socialismo, ou seja, tirania e totalitarismo.

Se o socialismo é tirânico e totalitário, então como Fernando Lugo foi eleito presidente do Paraguai?

Há dois grandes motivos para a eleição de Fernando Lugo à presidência do Paraguai. Primeiro, o Paraguai vinha sendo governando a décadas por um partido de direito populista e corrupto, o Partido Colorado. O povo paraguaio estava cansado de ser explorado por este partido. Segundo, Fernando Lugo utilizou à retórica neopopulista, que afirma que vai defender os pobres, fazer a redistribuição da riqueza social e, por fim, governar em nome de Deus, para se eleger.

É interessante notar que um ex-padre ateu como Fernando Lugo, que não obedece a hierarquia católica e não acredita no que a Igreja ensina, foi para o palanque político falar em Deus e nos valores morais cristãos. Somente uma política neopopulista, própria do início do século XXI, poderia proporcionar uma cena como essa.

Fernando Lugo, a Teologia da Libertação e políticos contemporâneos da América Latina como, por exemplo, Hugo Chávez e Evo Morales, apesar de não terem uma experiência mística falam em Deus, apesar de promovem políticas clássicas que só trazem a pobreza nacional, falam nos pobres. Parece que Deus e os pobres são os centros do discurso neopopulista que atualmente domina o cenário político latino-americano.

O problema é que Fernando Lugo, e a Teologia da Libertação representada por ele, não quer viver a experiência mística oriunda de Deus. Até porque ele aprendeu, em grande medida no seminário católico onde estudou, que Deus não existe ou se existe não é da forma como a Igreja historicamente apresenta-o. Ele também não quer defender os pobres. Para ele os pobres são massa de manobra para conseguir se eleger. O que ele realmente quer é o poder. Assim como todo projeto político autoritário e aventureiro o que se deseja realmente é poder. Ele não quer o poder para proclamar o Evangelho – que seria algo muito ético – ou para defender os pobres, mas para implantar o regime autoritário, ou seja, o socialismo. Dentro deste projeto neopopulista Deus e os pobres entram apenas como um trampolim, uma plataforma que irá lançá-lo direto para seu objetivo.

Não se deve pensar que a direita é ética e não deseja o poder. Em um passado recente a direita utilizou as mesmas táticas de Fernando Lugo, ou seja, falar em nome de Deus e dos pobres. No passado a esquerda era atéia – e ainda é. O problema é que hoje, protegida pela Teologia da Libertação, a esquerda não diz a verdade, ou seja, que é atéia, mas se apresenta como o novo representante de Deus. E é justamente com esse discurso neopopulista que Fernando Lugo e outros políticos latino-americanos estão vencendo sucessivas eleições e inclusive já falam abertamente em reeleições infinitas e, com isso, acabar com a democracia.

Para concluir é preciso perguntar: Por que o Vaticano – que é sempre tão cauteloso e rigoroso – nomeou um padre sem fé como Fernando Lugo para bispo da Igreja Católica? Imaginem o tipo de orientação que este homem dava aos seus padres e religiosos. Imaginem o tipo de conselho que ele dava aos seus fiéis. Pensem em quantas pessoas não foram desvirtuadas e perderam a fé por causa de Fernando Lugo. É preciso respeitar as decisões do Vaticano, afinal de contas o Vaticano é um Estado independente. Entretanto, o Vaticano precisa ser mais severo ao nomear um bispo. A questão é simples: cabe ao Vaticano levar a mensagem salvífica de Jesus Cristo ao mundo. Nomear um padre sem fé, como Fernando Lugo, para bispo é prejudicar a Evangelização e a imagem da Igreja. Além disso, pode acontecer algo terrível, ou seja, o nome de Deus ser misturado, de forma profana e herética, com a política neopopulista que atualmente vem despontando na América Latina.

domingo, 12 de abril de 2009

Por que os direitos humanos não criticam Lula?

No dia 26/03/2009, durante entrevista coletiva que encerrou o encontro oficial do presidente da república, Luis Inácio Lula da Silva, com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, Lula fez a seguinte afirmação sobre a crise econômica mundial: "É uma crise causada por comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis que antes da crise parecia que sabia tudo e agora demonstra não saber nada". Essa afirmação foi tema de muito debate no cenário internacional. Inclusive Lula foi acusado de racismo por várias entidades que representam os direitos dos brancos.

A verdade precisa ser dita: Lula não teve intenção de discriminar os brancos. Ele apenas disse mais uma frase de efeito, da qual não tinha qualquer consciência de seu teor político. Todo mundo sabe que Lula fala demais e o pior, fala sem pensar.

O problema é que até o presente momento, ou seja, 12/04/2009, nenhuma organização dos direitos humanos veio oficialmente a público criticar e exigir que o presidente se desculpe. Afinal de contas, no mínimo, o atual presidente da república foi descortês e um tanto quanto preconceituoso ao afirmar que o culpado pela crise econômica mundial são os “comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis”.

É interessante notar que por muito menos vários grupos, ONGs e segmentos sociais ligados aos direitos humanos vem a público exigir retratação e pagamento de milionárias indenizações. Qualquer frase ou palavra que não se encaixe dentro do rótulo do “politicamente correto” é imediatamente critica e severamente rejeitada. Muitas vezes os grupos sociais ligados aos direitos humanos funcionam como uma espécie de milícia que tem por objetivo reprimir tudo que não se encaixe no “politicamente correto”.

O problema é que a frase de Lula, mesmo que não tenha sido proferida de foram intencional, é uma proposição que fere os direitos de um segmento que compõe a humanidade, ou seja, os brancos.

Não se trata de privilegiar os brancos em detrimento dos negros ou de qualquer outro grupo social. Pelo contrário, se trata de direitos iguais. Se a lei, os acordos diplomáticos internacionais e os direitos humanos protegem os negros e outros segmentos sociais também protegem os brancos. E a lei é para todos e não apenas para os negros.

O que surpreende em toda essa história é que até o presente momento os direitos humanos não criticaram e nem exigiram retratação de Lula. Por que os direitos humanos não criticam Lula? Essa é uma pergunta que até agora não tem resposta. Entretanto, é uma dessas perguntas que nos leva a refletir sobre o tipo de sociedade que está sendo construída.

terça-feira, 7 de abril de 2009

O problema do rígido controle da natalidade no Ocidente


No mês de março de 2009 o jornalista Maurício Horta publicou na revista Super Interessante (março de 2009, p. 23-24) um artigo, cujo título é Faça amor e faça a guerra. Neste artigo ele apresenta de forma muito sucinta o problema do rígido controle da natalidade no Ocidente.

O Ocidente se desenvolveu tecnologicamente e economicamente. Conseguiu realizar importantes revoluções como, por exemplo, a revolução industrial e a revolução francesa. Além disso, desenvolveu a democracia, aperfeiçoou os direitos humanos e garantiu a liberdade de expressão e de pensamento.

Os países do Ocidente também venceram muitas guerras ao redor do planeta e, com isso, garantiram que as conquistas oriundas do desenvolvimento econômico, da democracia e da liberdade de pensamento fossem levadas a outras partes do planeta.

Entretanto, Maurício Horta chama a atenção para o fato de que “sem guerra alguma [sem conquista militar], séculos de hegemonia ocidental poderão acabar porque seus casais têm poucos filhos. Nada menos que 70% dos europeus vivem em países onde se morre mais do que nasce. Mas, a população da União Européia vai continuar crescendo. Não por causa das taxas de natalidade, mas pela imigração. O mundo pobre, cada vez mais apertado, deve invadir cada vez a praia do mundo rico. E mudar a cada do planeta. Essa bomba demográfica já está explodindo há um bom tempo: a população árabe na Europa mais do que dobrou nas últimas décadas. Em 1982, eram 6,8 milhões. Hoje são 16 milhões. Na França, que recebeu levas de imigrantes muçulmanos de suas ex-colônias no norte da África, eles já representam quase 10% da população”(Super Interessante, março de 2009, p. 23).

O fato concreto é que nos últimos 60 anos os países do Ocidente adotaram uma rígida política de controle da natalidade. O objetivo dessa política era – e ainda é – reduzir a população nacional e, com isso, diminuir problemas sociais como, por exemplo, o desemprego, a violência e a fone. Além disso, a ideologia do consumo e do prazer a qualquer custo tornou-se hegemônica nos países ocidentais. Essa ideologia afirma que ter filhos é um prejuízo. Isto acontece porque ter filhos faz os casais gastarem dinheiro com a educação e a saúde dos filhos e sobra pouco dinheiro para consumir e viver loucamente os prazeres do sexo e da vida moderna.

São variadas as técnicas utilizadas para colocar em prática a rígida política de controle da natalidade. Entre essas técnicas cita-se: ampla propaganda nos meios de comunicação incentivando os casais a não terem filhos ou terem apenas um filho, vasta educação (nas escolas secundarias e na universidade) para que os jovens não desejem ter filhos, vasta distribuição de métodos e remédios que evitam a mulher engravidar, esterilização em massa de mulheres e homens em idade vertil, legalização e incentivo ao aborto – em alguns lugares fazer um aborto se transformou em moda entre os jovens – e amplo incentivo ao homossexualismo.

A conseqüência do rígido controle da natalidade é que em muitos países do Europa o número de pessoas que morrem é maior do que nascem. Na prática isso representa que em algumas décadas esses países serão um deserto populacional. Inclusive o fenômeno do deserto populacional (cidades fantasmas, as escolhas e universidades são obrigadas a fechar por falta de alunos, a indústria e o comércio entram em crise por falta de consumidores, etc) já se manifesta em muitas partes da Europa.

O que salva o Ocidente é a imigração dos países do terceiro mundo, principalmente dos países mulçumanos. É importante esclarecer que os países ocidentais têm feito constantes apelos e financiado muitas ações dentro dos países do terceiro mundo, principalmente dos países mulçumanos, para que estes países desenvolvam rígidas políticas de controle da natalidade iguais as políicas ocidentais. Entretanto, esses apelos e essas ações até agora tem sido um grande fracasso.

Inclusive os países mulçumanos possuem uma política oficial de crescimento e expansão populacional. O Islã pretende dominar o mundo ou pela força das armas – por meio da guerra santa – ou pela expansão populacional. Os países mulçumanos abertamente incentivam o crescimento populacional como forma de vencer e dominar o Ocidente. O crescimento populacional islâmico é debatido abertamente no Parlamento de países mulçumanos como, por exemplo, o Irã, a Arábia Saudita e o Iêmen.

Em hipótese alguma está se defendendo uma política anti-imigração, ou seja, um país ou uma região do planeta se feche para o resto do mundo. A questão é bem mais complexa. De um lado, o Ocidente tal qual existe hoje é fruto de muitas imigrações que ocorreram ao longo de séculos. Do ouro lado, uma das marcas registradas do ser humano é a capacidade de andar ao redor do planeta. E com o aperfeiçoamento da economia e da tecnologia essa marca fica cada vez mais acentuada.

O problema é que as populações que estão imigrando para o Ocidente não aceitam o estilo de vida ocidental e, o pior, vêem os valores ocidentais como, por exemplo, a liberdade de pensamento e a democracia, como pura decadência fruto do secularismo e do ateísmo dominante no Ocidente.

A questão é dramática. De um lado, têm-se os países ocidentais (cheios de riqueza e tecnologia, mergulhados no secularismo e no ateísmo) com uma rígida política de controle da natalidade, a qual estimula as pessoas a não terem filhos ou então terem apenas um filho. Com isso os países do Ocidente estão correndo o risco de virarem um deserto populacional. Do outro lado, têm-se os países do terceiro mundo, especialmente os países mulçumanos. Estes países possuem altas taxas de natalidade. E ainda por cima os países mulçumanos estão utilizando o crescimento populacional como arma para vencer, destruir e dominar a cultura e os valores ocidentais.

A solução que Maurício Horta apresenta enquadra-se dentro do que atualmente chama-se de relativismo cultural. Em suas palavras: “A saída mais clara para os países que vão enfrentar migrações em massa não é um contra-ataque demográfico nessa linha, mas o entendimento. Isso significa deixar de lado laços de sangue e abraçar a assimilação cultural” (Super Interessante, março de 2009, p. 24).

A dois sérios problemas com a política do relativismo cultural, da assimilação cultural.

O primeiro é que países ocidentais com uma população majoritariamente idosa e vivendo o fenômeno do deserto populacional não possuem – e não possuirão – nenhuma condição de assimilar qualquer tipo de população imigrante. Pelo contrário será facilmente assimilado por essa população. Uma multidão de árabes mulçumanos jovens facilmente assimilará e até pode engolir a população idosa de um país ocidental ou – mais fácil ainda – ocupar o deserto populacional criado pelo rígido controle da natalidade.

O segundo é que as populações imigrantes não desejam serem assimiladas ou vêem com maus olhos a cultura ocidental. Cultura essa que é marcada pela democracia, pela liberdade de pensamento e pelo secularismo. O que as populações imigrantes desejam, especialmente os mulçumanos, é implantar no Ocidente seu estilo de vida e sua cultura. Atualmente está na moda falar da imigração para os países ocidentais. Entretanto, pouco ou quase nada se fala dos problemas e das tensões sociais e políticas que essa imigração pode trazer. Alguém já imaginou, por exemplo, a França ou a Inglaterra com uma população de maioria mulçumana? Os mulçumanos vêem a democracia como decadência cultural. Eles são contra a liberdade de pensamento e a liberdade religiosa. A comunidade islâmica na Europa deseja abertamente implantar um Estado islâmico guiado unicamente pelas leis do Alcorão. Se isto acontecer representará na prática o fim da cultura ocidental tal qual nós a conhecemos atualmente.

Obviamente que uma população de um país, por questões diversas, pode livremente escolher em não ter filhos e, por conseguinte, desaparecer. E com isso abrir espaço para que o território desse país seja conquistado e colonizado por outros povos, inclusive pelos mulçumanos. Entretanto, até o presente momento nenhum país no Ocidente realizou uma votação, um plebiscito, para decidir se este país será extinto pela falta de população causada pelo rígido controle da natalidade.

Diante do quadro apresentado afirma-se que é tempo de se (re)pensar a rígida política de controle da natalidade que praticamente proibi as pessoas de terem filhos nos países do Ocidente.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

A multiplicação do comunista de Taubaté

Ninguém sabe ao certo a origem do comunista de Taubaté. Há várias versões sobre sua origem e sua história. Quase tudo em torno dessa figura folclórica é mito. Não se sabe se quer se ele realmente é natural da cidade de Taubaté em São Paulo ou se apenas a sua mãe é natural dessa cidade, ou seja, a famosa Neide Taubaté.

O fato é que o comunista de Taubaté é uma figura cômica. Ele é o eterno estudante de graduação – e por conseguinte eterno líder estudantil – de algum curso da área de ciências humanas (história, sociologia, filosofia, etc) de alguma universidade do sudeste do Brasil (PUC-SP, USP, UFRJ, etc), sempre usa a camisa vermelha com o rosto de Che Chevara, sempre profetiza o “fim do capitalismo” e diante de qualquer problema, por mais simples que seja, ele não pensa duas vezes. Simplesmente ele repete: “a culpa é da burguesia”.

O comunista de Taubaté adora tomar umas cervejas em algum bar perto da universidade ou da sede de algum partido de esquerda e sempre tenta explicar aos seus colegas de copo a “psicologia da direita”. Obviamente que ninguém presta atenção ao que ele diz.

Conta-se que ele nunca trabalhou. Segundo ele o trabalho é “um valor burguês”. Ele vivi da eterna mesada que a mãe lhe dá. Algumas pessoas dizem que ele foi beneficiado com uma das várias indenizações milionárias que o atual governo federal pagou e ainda está pagando aos companheiros de caminhada ideológica. Essas indenizações foram apelidadas de “bolsa terrorismo”.

Entre tantas informações que nos chegam sobre o folclórico comunista de Taubaté o grande fato concreto é que ele é uma grande figura cônica. Ninguém acredita em suas profecias e na análise política por ele realizada. Entretanto, todo mundo ri quando ele bêbado, com um copo de cerveja na mão, proclama: “Vivi Fidel Castro, vivi a revolução”.

O problema é que até alguns anos atrás só se encontrava o comunista de Taubaté em lugares específicos como, por exemplo, os centos acadêmicos de cursos universitários da área de ciências humanas. Ele era uma espécie de “animal em extinção”. Entretanto, atualmente o comunista de Taubaté está se multiplicando. Ele pode ser visto na maioria das universidades brasileiras e não apenas na região sudeste. Ele pode ser encontrado na maioria dos partidos políticos e não apenas nos partidos de esquerda. E o pior ele pode ser encontrado dentro dos círculos de intelectuais, na redação dos jornais e revistas. Ele está ganhando notoriedade. Está se transformando em um fenômeno social.

O que aconteceu para que de figura cônica o comunista de Taubaté se transformasse em um fenômeno social?

É difícil dá uma resposta a essa pergunta. Mas, é possível apontar pelo menos dois grandes fatores.

O primeiro fator é a ausência de uma oposição séria no Brasil. Desde que houve a redemocratização – sem fazer nenhum tipo de apologia ao regime militar – o Brasil vivi a ditadura do pensamento único. Ditadura que é bancada pela ideologia da esquerda. Não há no Brasil um pensamento alternativo. Tudo se resume a agenda da esquerda. A conseqüência é que não há debate político sério neste país. A universidade, os jornais e revistas terminam reproduzindo – como faz o comunista de Taubaté – os jargões da esquerda, sem refletir sobre se esses jargões se aplicam ou não a realidade.

O segundo fator é o tipo de educação que as pessoas estão recebendo na atualidade. É uma educação voltada, em sua essência, para a mediocridade. Mesmo no ambiente universitário – que teoricamente deveria formar pessoas com senso crítico – reina a leitura de manuais que apresentam a realidade de forma simples e esquemática. Atualmente não se lê mais Platão, Aristóteles, Tomás de Aquino, Kant e toda a grande riqueza do pensamento Ocidental. Tanto no ensino médio como na universidade se lê os manuais que ensinam as pessoas a serem ricas e bonitas. O pior é que a TV e os jornais passam pelo mesmo processo de embrutecimento.

Diante desses dois graves fatores não se admira que um professor universitário diga a seus alunos que os problemas do mundo são causados pelo capitalismo. Se isso fosse verdade a Correia do Norte seria o paraíso na Terra. Também não se admira que todos os dias apareça nos jornais e na TV as mais simplórias análises da vida social. Análises que – em última instância – colocam a culpa em Deus.

É triste, mas a verdade é que o folclórico comunista de Taubaté está se multiplicando. Atualmente ele está por toda parte. E com a multiplicação dessa figura folclórica multiplica-se também a mediocridade na vida política, social e acadêmica. A única vantagem dessa multiplicação é que haverá mais oportunidades para as pessoas darem boas risadas com os velhos e superados jargões proferidos pelo comunista de Taubaté.

domingo, 5 de abril de 2009

A presença dos neoconservadores no Estado

A palavra ou expressão neoconsercador ou simplesmente neocons (na abreviatura normalmente utilizada) está na moda dentro do que se convencional chamar de “crítica social”.

Não se tem um conceito efetivo do que é crítica social. Trata-se de um termo vago e impreciso que pode ser utilizado para indicar desde o jornalista medíocre que copia matérias da internet e diz que foi ele que escreveu, até mesmo o pensamento da esquerda totalitária e anti-democrática.

O fato é que para os críticos sociais os neoconservadores ou neocons é o indivíduo, pensador ou grupo social que defende os chamados valores tradicionais como, por exemplo, a família, a religião cristã e até mesmo a liberdade. Por esta simples definição o neoconservador ou neocons deve ser evitado e até mesmo banido do convívio social.

Segundo os mesmos críticos sociais a atual orientação política do mundo tende a ser “liberal” (outro termo vago e impreciso). Por “política liberal” entenda-se o relativismo cultural, a legalização das drogas e do casamento homossexual e todas as ações contrárias ao pensamento conservador.

Um dos mitos mais difundidos pelos críticos sociais é o fato dos neoconservadores ou neocons terem uma grande capacidade de se infiltrar nos altos níveis de administração do Estado. O grande exemplo dado pelos críticos sociais dessa capacidade foi o governo de Bush.

Entretanto, Hugo Estenssoro, num artigo intitulado A fantasia dos neocons, publicado na revista Primeira leitura (dezembro de 2004, p. 80-82), é taxativo ao afirmar: “Quase tudo o que proclamam os mais vociferantes ‘críticos’ do neoconservadorismo é falso ou imaginário. Longe de serem uma cabala os neocons não apenas são altamente visíveis, mas sequer formam um grupo de pressão no sentido normal do termo, isto é, um grupo que propugna um programa de ação coerente e unânime. Alguns deles, por exemplo, se opuseram publicamente à intervenção no Afeganistão ou no Iraque; outros são severos críticos à campanha no Iraque”.

A idéia de que os altos níveis da administração pública são dominados pelos neoconservadores é um grande mito. Mesmo o governo Bush deve que lidar com um grande número de burocratas liberais, esquerdistas e anarquistas. A verdade é que na maioria dos países do Ocidente o alto escalão do Estado é dominado por uma elite de esquerdistas- liberais que defendem a liberação das drogas e o casamento homossexual. Esse mito serve justamente a esses grupos, pois enquanto a opinião pública procura os neocons, os esquedistas-liberais aprovam leis e procedimentos administrativos que a maioria da população na concorda.

O mito do domínio dos neoconservadores na administração pública é uma espécie de boa de piranha, ou seja, enquanto procuram-se os neocons – numa espécie de caça as bruxas – a sociedade passa, sem perceber, pela revolução cultural que, por conseguinte, destruirá com todos os valores e conquistas sociais do Ocidente.

Pesquisas realizadas nos anos de 2007 e 2008 mostraram que a grande maioria dos altos funcionários públicos de países como a Inglaterra e os EUA não tinham qualquer ligação com os neoconas. Eram funcionários sem um ideal político (é conhecido à apatia que envolve a vida dos funcionários públicos) ou ligados a alguma ideologia da esquerda-liberal.

No Brasil não existem pesquisas que possam fazer um mapa do ideal político dos altos funcionários públicos. Entretanto, um pequeno exemplo é ilustrativo da opção política desses funcionários, ou seja, a festa de encerramento do curso promovido pela Escola de Administração do governo federal no ano de 2008. O homenageado dessa festa não foi nenhum pensador ou político neoconservador, mas simplesmente Heloísa Helena a pop star da estrema esquerda brasileira. Quem presta homenagem a Heloísa Helena – que defende os mais superados e autoritários valores da esquerda – fatalmente não é um neoconservador.

Infelizmente a verdade é que os neoconservadores estão na cena política alternativa, por meio de revistas, blogs e colunas em jornais. Eles não estão dirigindo os rumos do Estado. Quem dirige os rumos do Estado na atualidade é a esquerda-liberal. Talvez se os neoconservadores estivessem ocupando os altos cargos da administração pública, o Estado contemporâneo não fosse tão incompetente, corrupto e distante da vida das pessoas.

sábado, 21 de março de 2009

Marketing ateu

Uma recente campanha publicitária internacional ganhou destaque nos principais jornais e revista do mundo. Essa campanha tem por objetivo fazer propaganda do ateísmo. A criadora dessa campanha é a jornalista da BBC de Londres Ariane Sherine.

Segundo Ariane Sherine o objetivo da campanha é tranqüilizar os ateus. É como se a campanha falasse: “Se você é ateu fique tranqüilo, porque ser ateu é a melhor coisa que existe”. Logo após o lançamento da campanha milhares de ONGs ateístas, cientistas e personalidades do mundo da cultura e da política fizeram declarações apoiando o que ficou conhecido como Marketing ateu.

O marketing ateu não é novo. Desde o século XVIII que o ateísmo é propagado dentro das elites ocidentais. A partir desse século ser ateu deixou de ser uma opção individual e tornou-se uma questão ideológica. Com o passar do tempo a ideologia do ateísmo tornou-se quase que obrigatória em outros grupos sociais como, por exemplo, a classe média. No século XX o ateísmo passou a ser algo compulsório, obrigatório. Não ser ateu, ou seja, crer em Deus é motivo de discriminação e de piada. Qual é o estudante (seja universitário ou secundarista) que na primeira semana de aula não se deparou com alguma forma de doutrinação ateísta? Qual é o jovem universitário ou o profissional liberal que, ao longo de sua formação profissional, não foi obrigado a ouvir repetidamente (uma espécie de mantra) expressões como “Deus morreu”, “Deus é um produto do machismo”, “Deus é uma criação da Idade Média”, etc?

A atual campanha publicitária internacional que procura convencer as pessoas que acreditam em Deus que ser ateu não é apenas uma opção individual – garantida pelo Estado de direito –, mas a melhor condição que o ser humano pode exercer não é exatamente uma novidade publicitária.

Entretanto, existem três pontos que chamam atenção nessa campanha.

O primeiro ponto é que ela partiu de uma jornalista da BBC de Londres. Qualquer jornalista tem direito de livremente expressar suas convicções ideológicas. Inclusive a jornalista Ariane Sherine. O problema é que essa campanha deixa bem claro algo que a tempos vem sendo denunciado, ou seja, que os grandes grupos jornalísticos do mundo ocidental são oficialmente contra qualquer forma de religião. Faz parte da cultura ocidental contemporânea ser ateu e ver qualquer demonstração de fé religiosa como algo atrasado e superado. A questão é que até pouco tempo atrás os meios de comunicação disfarçavam essa visão preconceituosa. Agora é diferente. Os meios de comunicação propagam abertamente o ateísmo como forma superior de organização social. O discurso de que a mídia é democrática caí por terra. Uma mídia que escolhe abertamente a ideologia do ateísmo como forma superior de vida e discrimina os grupos sociais que acreditam em Deus é tudo menos democrática.

O segundo ponto é a quase total ausência do debate em torno da religião nos meios de comunicação. Manda a boa regra da democracia que ao se dá espaço a um grupo social deve-se ouvir o outro lado. No caso do ateísmo é diferente. A opinião desse segmento social reina absoluta. Nenhuma religião é ouvida. Nenhum setor ou líder religioso é convocado para opinar sobre a existência de Deus. Vivemos num totalitarismo. A questão é que esse totalitarismo é feito pelo ateísmo.

O terceiro ponto é o caráter de educação para o ateísmo. A questão é que a mídia, a publicidade, a universidade, a ciência, o Estado e outros segmentos sociais educam as pessoas para serem ateus. Até aí nada de errado. O problema é que numa sociedade verdadeiramente livre e democrática o outro lado da moeda deveria ser ouvido. Que um professor ou um jornalista vá a público propagar os benefícios do ateísmo não é problema. O problema é não ser dado o direito das religiões defenderem ou explicarem a existência de Deus.

Na sociedade contemporânea livros, revistas, programas de TV e políticas geridas pelo Estado propagam oficialmente o ateísmo. Ser ateu está na moda. O problema é que quase não há qualquer citação da existência de Deus. E quando isto é feito é sempre pelo “olhar” do ateísmo, ou seja, afirma-se que Deus não existe ou está morto.

Por fim, é preciso perguntar: se os ateus foram capazes de criar uma das maiores ideologias do mundo, ou seja, o ateísmo, e propagar essa ideologia em quase todos os segmentos sociais, então porque os crentes e as religiões não fazem o mesmo? Talvez seja tempo das religiões pensarem em criar um marketing de Deus para propagar a existência de Deus e demonstrar que crer em Deus não significa infelicidade, submissão e sofrimento, mas, pelo contrário, significa uma possibilidade concreta de realização pessoal.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Ainda o caso Cesare Battisti

O caso Cesare Battisti ainda não saiu do noticiário. O governo federal seguindo os procedimentos burocráticos enviou o processo para o Supremo Tribunal. É preciso deixar claro que decisões do Supremo Tribunal não devem ser questionadas, mas acatadas. Entretanto, como o Supremo ainda não se posicionou pode-se levantar quatro questões dentro do debate filosófico do problema.
A primeira questão é o fato intrigante do Sr. Casare Battisti nunca ter se declarado inocente contra as acusações de terrorismo e assassinato que pesam sobre ele na Itália e nem algum grupo de direitos humanos ter conseguido comprovar a sua inocência. O máximo que ele e seus advogados fizeram até agora foi alegar que houve erros judiciais no julgamento realizado na Itália. O problema é que há uma grande diferença entre erros judiciais cometidos durante a tramitação do processo e a inocência de um cidadão. Parece que o Sr. Casare Battisti está tentado fazer o que os criminosos costumam fazer no Brasil, ou seja, se beneficiar de uma brecha na lei e, com isso, ficar impune.
A segunda questão é que o Sr. Casare Battisti não é um pacifista ou ativista dos direitos humanos que, por exemplo, tirou a roupa em público para protestar contra a destruição da natureza ou a extinção de alguma etnia. O que ele praticou foram atos terroristas contra a humanidade, incluindo assassinatos. Do ponto de vista ético não se pode passar a mão na cabeça do Sr. Casare Battisti e dizer que ele é um cidadão inocente. Se isto acontecer, então todos os crimes contra a humanidade estarão sendo validados. Mesmo que o Sr. Casare Battisti não cumpra a pena em uma prisão da Itália é preciso que a justiça internacional se pronuncie. Se houve erros no primeiro julgamento na Itália, então que ele seja julgado por um tribunal internacional. O que não se pode fazer é dá asilo político a um homem que na prática era o assassino de um grupo terrorista de extrema esquerda.
A terceira questão é o surpreendente silêncio dos diversos grupos que compõem os direitos humanos no Brasil. O Sr. Casare Battisti cometeu crimes contra a humanidade, nunca se declarou inocente e nenhum grupo – seja político ou de outra natureza – não consegue provar sua inocência. Entretanto, surpreendentemente os grupos de direitos humanos no Brasil estão calados diante do caso Casare Battisti. Vale salientar que estes mesmos grupos são muito eficientes quando há qualquer caso de violência policial ou algum tipo de arbitrariedade cometida pelo Estado. É claro que devemos denunciar e punir a violência policial e as arbitrariedades cometidas pelo Estado. Entretanto, os direitos humanos são para todos os casos de violação da dignidade humana. O Sr. Casare Battisti violou a dignidade humana de diversas formas, incluindo assassinatos. Então por que os direitos humanos não estão protestando contra a pretensão do governo federal de dá asilo político a um indivíduo que, de certa forma, se profissionalizou em infringir os direitos humanos? A mensagem indireta que os direitos humanos estão passando para a sociedade é que um indivíduo ou grupo ligado a uma ideologia violenta pode cometer ações contra os direitos humanos e ficar impune. Seria bom que essa questão fosse debatida pela grande mídia e por todos os demais segmentos sociais.
A quarta e última questão é o fato de se realmente for confirmado o asilo político ao Sr. Casare Battisti no Brasil, então este país estará em situação muito difícil. No momento em que o mundo trava uma luta contra o terrorismo e que os países se esforçam para passar a imagem de que não apóiam grupos terroristas, conceder asilo político a Casare Battisti é uma clara mensagem ao mundo de que o Brasil está na contramão da história. Amanhã algum terrorista internacional vai querer fazer o mesmo que o Sr. Casare Battisti fez, ou seja, vir para o Brasil, conseguir asilo político, viver tranqüila e impunemente desfrutando das belezas naturais e, ainda por cima, viver tanto entrevistas como se fosse um astro da TV e do cinema. É hora do Brasil parar de bancar o pais “bonzinho” e começar a cumprir as normas e convenções internacionais.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Barack Obama, o neocolonialismo e o aborto

Na última sexta-feira, 23/01/2009, a grande mídia noticiou que o recém empossado presidente dos EUA, o Sr. Barack R. Obama, suspendeu as restrições ao financiamento de grupos que prestamserviços ou aconselhamento para a realização de abortos no exterior,revertendo, com isso, a política de seu antecessor, George W. Bush.

Quando a proibição estava em vigor, a verba destinada a serviços deplanejamento familiar não poderia ir para clínicas ou grupos que fizessem ouaconselhassem mulheres interessadas em se submeter a um aborto em outrospaíses, mesmo que o dinheiro para essas atividades viesse de outras fontesque não o governo americano.

A medida foi chamada de "Política da Cidade do México" porque foi reveladaem uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) realizada nesta cidade em 1984 e se tornou uma das principais políticas sociais do governo do ex-presidente americano Ronald Reagan.

O ex-presidente Bill Clinton, democrata, suspendeu a lei quando assumiu ogoverno em janeiro de 1993 e seu sucessor, George W. Bush, a retomou emjaneiro de 2001 quando tomou posse.
Por ocasião do anuncio da autorização concedida por Barak Obama do fim das restrições ao financiamento de grupos que prestamserviços ou aconselhamento para a realização de abortos no exterior, houve em todo o mundo comemorações por parte de diversas facções da esquerda e de grupos liberais que defendem os chamados “direitos reprodutivos, incluindo o aborto”. No Brasil também houve comemorações. A grande mídia internacional e brasileira noticiou este fato com grande entusiasmo e afirmando que se tratava de uma medida que beneficia os “mais pobres”.

Diante da medida tomada pelo presidente Barak Obama é preciso realizar duas observações de cunho filosófico.

A primeira observação é o fato de ninguém ter notado que na prática o que o presidente Barak Obama fez foi autorizar ao governo americano a financiar a intervenção americana em outros países. E com esse financiamento colocar em perigo a soberania nacional. Vejamos: na hora em que o governo americano pode investigar muito dinheiro em campanhas e ações de planejamento familiar, incluindo o aborto, em outros países como, por exemplo, Brasil, México e outros países do terceiro mundo, então estes países passam a ter sua soberania e a capacidade de auto-decisão enfraquecidos. Na prática a autorização concedida por Barak Obama representa o reinício ou a continuação de uma sofisticada política de neocolonialismo no terceiro mundo.

É interessante notar que nem as diversas facções da esquerda e dos grupos liberais, nem os grupos de direitos humanos ou a mídia que se alto-proclama “crítica e investigativa” não viram nada de errado com a decisão do governo americano. Eles não viram nem um ato de colonialismo e nem muito menos um ato de negação dos direitos humanos.

Durante o governo George W. Bush estes grupos foram implacáveis, criticando e acusando este governo de colonizador e militarista. Não é intenção desse pequeno artigo defender a política neocolonizadora e militarista de George W. Bush.

Entretanto, é preciso deixar claro que não é apenas com armas e exércitos que se conquistam novas terras. A política moderna construiu novos e sofisticados meios de colonização. Entre esses sofisticados meios citam-se, por exemplo, a mídia e o controle da natalidade. O ex-presidente George W. Bush utilizou métodos clássicos de conquista e afirmação do poder como, por exemplo, generais e exércitos. Já o atual presidente, Barak Obama, pretende utilizar novos meios, incluindo jornalista, ONGs, publicitários e o planejamento familiar.

O argumento do planejamento familiar, ou seja, que os EUA precisam gastar milhões de dólares para financiar o aborto e outras ações de controle da natalidade no terceiro mundo é uma sofisticada desculpa para que o governo americano possa penetrar dentro do governo de países do terceiro mundo e lentamente exercer um controle ideológico sobre esses países. Este controle será realizado principalmente por jornalista, ONGs e publicitários. Saí de cena os generais e os exércitos utilizados no governo George W. Bush e entra em cena o controle ideológico do governo Barak Obama.

É preciso deixar claro que (neo)colonialismo é sempre (neo)colonialismo. Não existe um (neo)colonialismo mau e cruel, representado por George W. Bush, e um (neo)colonialismo bonzinho representado por Barak Obama. Quando os diversos grupos de pressão política (esquerda, liberais, direitos humanos, grande mídia, etc) criticaram o governo George W. Bush exerceram uma importante ação em prol da dignidade humana e da soberania das nações. Entretanto, quando estes mesmo grupos se calam e até mesmo concordam com o ato de Barak Obama eles estão contribuindo para o enfraquecimento cada vez maior da dignidade humana.

A atitude dos grupos de pressão política (esquerda, liberais, direitos humanos, grande mídia, etc) é duvidosa. De um lado, critica-se o neocolonialismo e o militarismo de George W. Bush acusando-o de intervenção em países soberanos e, do outro lado, elogia-se a atitude de Barak Obama de autorizar o governo americano a investir milhões de dólares em políticas e ações de pressão para a implementação do controle da natalidade no terceiro mundo, incluindo o aborto. Ninguém percebe que na essência a política de Barak Obama é a mesma de George W. Bush. Muda-se a estratégia técnica o objetivo é o mesmo, ou seja, o controle político dos países do terceiro mundo. Diante dessa atitude a mensagem indireta e até mesmo subliminar que os grupos de pressão política passam é a seguinte: invasão militar a países soberanos não pode acontecer - é antiético, mas invasão ideológica com amplo apoio de ONGs, jornalistas e especialistas em propaganda isto pode ser feito. Este tipo de invasão possui uma espécie de aval ético.

A segunda observação é um pergunta que pode ser feita. Isto é, porque as diversas facções da esquerda e dos grupos liberais, nem os grupos de direitos humanos ou a mídia que se auto-proclama de “crítica e investigativa” não viram nada de errado com a decisão do presidente americano Barak Obama? Porque eles não criticaram essa decisão?

Essa é uma pergunta difícil de ser respondida. Não é intenção de pequeno artigo da uma resposta definitiva a mesma. Entretanto, é possível vislumbrar - pelo menos inicialmente - dois grandes motivos.

O primeiro motivo é a simpatia e até mesmo a filiação ideológica. As diversas facções da esquerda e dos grupos liberais, os grupos de direitos humanos e a grande mídia vêem em Barak R. Obama uma espécie de “profeta”. Ele é visto como o grande visionário que será capaz de realizar todas as promessas que estes grupos realizam a décadas e não conseguem cumprir. Barak Obama seria o indivíduo que tiraria estes grupos do mero discurso ideológico e tornaria este discurso uma experiência social.

O segundo motivo é a questão financeira. Afinal não se vive apenas de ideologias. Na prática o que Barak Obama autorizou foi o governo americano passar a doar milhões de dólares para estes grupos financiarem as ações de planejamento familiar, incluindo o aborto. Durante o governo George W. Bush o cofre desses grupos ficaram vazios, mas agora com a ajuda da nação mais rica do mundo estes grupos voltam a ter novamente seus cofres cheios de dinheiro.

De um lado, este dinheiro será gasto em propaganda e ações em prol do planejamento familiar, incluindo o aborto. Além disso, ele será utilizado para fazer pressão político-eleitoral junto a diversos governos do terceiro com o intuito de legalizar o aborto. O Brasil está na lista dos países que sofrerá pressão político-eleitoral oriunda deste dinheiro. Em breve os países do terceiro mundo terão uma nova onda de publicidade, de distribuição de livros e cartilhas nas ruas e nas escolas, de ampla propaganda na mídia defendendo o aborto e todos os demais meios de controle da populacional.

Do outro lado, este dinheiro será utilizado como “salário” dos milhares de militantes de ONGs, das facções da esquerda e da grande mídia. A fidelidade ideológica custa caro. Por mais que setores da sociedade ocidental se auto-proclamem “críticos e esclarecidos”. Na prática estes mesmos setores estão em busca do patrão de vida da classe média. É preciso trocar de carro, comprar um apartamento em um bairro nobre e coisas semelhantes. Para realizar estes sonhos de consumo é preciso ter muito dinheiro. É aí onde entra o financiamento americano. Critica-se o imperialismo e o neocolonialismo americano, mas se aceita de forma alegre o dinheiro vindo deste mesmo país. Na prática o discurso anti-colonial é pura ideologia. De uma forma indireta a militância anti-americana está a serviço da própria ideologia americana. E a forma como os EUA e o governo Barak Obama encontraram de colocar a militância anti-americana ao seu serviço é dá muito dinheiro para essa militância se divertir em nome do “controle da natalidade e do aborto”.




quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O tabu do aborto

No dia 20/12/2008 durante a 11a Conferência Nacional de Direitos Humanos realizada em Brasília o presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o "aborto é caso de saúde pública, sim". Ele proclamou isso em meio a efusivos aplausos das representantes das entidades nacionais e internacionais que querem, a todo custo, que o Brasil deixe de ser "retrógrado" e “conservador” sobre este polêmico tema. O presidente ainda criticou duramente o tabu, a hipocrisia e o puritanismo que rondam o assunto. Ao final do discurso ele conclamou: “É preciso debater o tema do aborto sem tabu”. Essa conclamação, ou seja, debater o aborto sem tabu, foi repetida milhares de vezes nos grandes jornais e revistas do país.

Já que o presidente da república deseja que a questão do aborto seja debatida sem tabu, oferecemos, neste pequeno artigo, seis argumentos para debater de forma séria e sem tabu o tema do aborto.

Primeiro, o partido ao qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é filiado, ou seja, o PT (Partido dos Trabalhadores) determinou que uma das metas do governo federal para o segundo mandato de Lula é a legalização do aborto no Brasil. Vale salientar que o PT sempre afirmou ser um partido político sério, democrático que ouve e segue as orientações vindas do povo. No tocante ao aborto a população brasileira é notoriamente contra. Como afirma Luís Eduardo Girão, no artigo Brasil – Lula e o aborto (Adital, 26/12/2008. Disponível em http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=36671), o tema do aborto “não consegue dividir a sociedade brasileira já que, segundo os principais institutos de pesquisas do país, o brasileiro é majoritariamente contra a legalização do aborto”. A nisso uma forte contradição: de um lado, o PT afirma ser democrático e seguir a orientação do povo, do outro lado, quer legalizar o aborto no Brasil de qualquer forma, contrariando, dessa forma, a vontade do povo que oficialmente é contra o aborto. O que existe por trás ou dentro do PT que obriga esse partido a querer impor, de forma antidemocrática e autoritária, o aborto a população brasileira? É preciso debater sem tabu a relação entre PT, democracia e aborto.

Segundo, a Câmara dos Deputados criou no dia 08/12/2008 uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a prática do aborto no Brasil. Para surpresa geral o PT, o presidente da república, as milionários ONGs pró-aborto e todos os demais setores do movimento pró-aborto no Brasil foram contra a criação da CPI do Aborto. Além disso, esses setores declaração publicamente que irão desenvolver estratégias para impedir os trabalhos da CPI do Aborto. Há nesta atitude uma grande contradição. Historicamente o movimento pró-aborto afirma que no Brasil se realizam milhares de abortos clandestinos e, por conseguinte, milhares de mulheres têm suas vidas expostas ao perigo de doenças e até mesmo a morte. Além disso, esse movimento denuncia que há no país milhares de clínicas clandestinas de aborto. Se essas afirmações do movimento pró-aborto são verdadeiras porque então este movimento não apoiou e apóia a CPI do Aborto? O que existe por trás ou dentro do movimento pró-aborto que impede este movimento de apoiar e até mesmo participar das investigações da CPI do Aborto? O que essa CPI pode descobrir, com os desdobramentos das investigações, que incomoda tanto o movimento pró-aborto? É preciso debater essas questões sem tabu.

Terceiro, segmentos do movimento dos direitos humanos (e não todo o movimento de direitos humanos) se declaram a favor do aborto. Obviamente, que numa sociedade livre e democrática todos os movimentos sociais têm direito a ter e expor suas próprias opiniões. Entretanto, parece ser contraditório que segmentos do movimento dos direitos humanos sejam a favor do aborto. Esse movimento deve defender os direitos humanos. E o feto não é um ser humano? Por acaso algum indivíduo já nasceu de uma pedra ou de uma árvore? Pelo que consta a narrativa bíblica até Jesus Cristo, filho de Deus, nasceu de outro ser humano. O feto, ou seja, o bebê no ventre da mãe tem os mesmos direitos que o indivíduo nascido. Por que segmentos do movimento dos direitos humanos estão apoiando o aborto? Por acaso estes segmentos se corromperam ou foram corrompidos? Estes segmentos estão representando os interesses humanos ou de empresas e fundações multimilionárias que patrocinam o aborto em todo mundo? É preciso debater essa questão sem tabu.

Quarto, a muito tempo que o movimento pró-vida e anti-aborto denuncia que a grande maioria das clínicas clandestinas de aborto são montadas por ONGs brasileiras pró-aborto e financiadas por fundações multimilionárias interessadas em propagar a ideologia do aborto em todo o mundo. A tática é simples: montam-se clínicas clandestinas de aborto com o intuito de divulgar números e vítimas do aborto, logo depois é realizada uma grane pressão política junto ao Estado e ao Parlamento para legalizar o aborto. Essa pressão é realizada com o apoio de uma grane rede de simpatizantes da ideologia do aborto infiltrados na mídia. Sendo assim, pergunta-se: ao invés de denunciar vítimas do aborto o movimento pró-aborto deliberadamente não estará criando essas vítimas? O movimento pró-aborto ao invés de denunciar que milhares de mulheres são vítimas do aborto não estará matando essas mulheres? Abrir clínicas clandestinas com o intuito de legalizar o aborto não é antiético e desumano? Essa questão precisa ser debatida sem tabu.

Quinto, é público que a indústria do aborto é altamente lucrativa. O feto abortado é utilizado, entre outras coisas, na indústria farmacêutica e de cosméticos, na produção de adubo e fertilizantes, na produção de ração para animais, no tráfego de órgãos e sangue humano e na pesquisa científica. Todas essas atividades envolvem gigantescas somas de dinheiro. Diante dessa questão pergunta-se: Toda a polêmica que o Brasil tem visto nos últimos anos em torno do aborto não será apenas uma questão meramente financeira? Fala-se em ética e direito da mulher, mas por trás desse discurso não existirá apenas empresas e profissionais antiéticos em busca de maiores lucros? A figura da mulher não estará sendo utilizada apenas para encobrir gigantescos interesses financeiros e antiéticos? Essa questão precisa ser debatida sem tabu.

O sexto e último argumento é a própria noção de tabu. De acordo com o movimento pró-aborto e do próprio presidente da república, transformado em garoto propaganda do aborto, o tabu que existe é o fato do aborto ser um tema pouco discutido no Brasil. Isso é verdade? Pelo que consta o movimento pró-vida e anti-aborto sempre discutiu e deseja continuar discutindo com bases científicas e filosóficas a questão do direito a vida do nascedouro, ou seja, do feto ainda no ventre da mãe. Paralelo a este fato o que vemos é um monopólio do movimento pró-aborto na mídia, nas escolas e universidades e em todos os demais lugares públicos. Além disso, este movimento conta com amplo apoio do atual governo, do PT ( partido político do presidente da república), do próprio presidente da república e, o mais importante, de amplas fontes de financiamento financeiro. Não falta dinheiro para defender o aborto. O aborto é apresentado livremente em todos os lugares públicos brasileiros como, por exemplo, terapia, como ato que conduz a pessoa que pratica-o a desfrutar da liberdade e da felicidade e acima de tudo é como uma ação que elimina qualquer vestígio de conservadorismo e de puritanismo do ser humano. Por esse raciocínio abortar é o melhor ato que uma pessoa poderá praticar se quiser ter uma vida saudável e feliz. Sendo assim pergunta-se: Qual é o tabu existente? Talvez o real tabu seja o fato da discussão em torno do aborto levar em conta apenas a visão parcial e muitas vezes distorcida do movimento pró-aborto. Não se ouve nem se dá à chance do movimento pró-vida e anti-aborto expor seus argumentos e idéias. Este movimento é simplesmente ignorado e rotulado de “conservador”, “retrogrado” e “puritano”. Com isso, qualquer discussão séria em torno da questão do aborto fica impossibilitada, pois a única opinião existente é do movimento pró-aborto. Essa questão precisa ser debatida sem tabu.

O caso Cesare Battisti

Faz aproximadamente duas semanas que a nação está acompanhando o chamado “caso Cesare Battisti”. Em síntese o caso consta da seguinte situação: o italiano Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por ter cometido atos terroristas em seu país, incluindo quatro assassinatos na década de 1970, quanto era membro de uma organização de extrema esquerda chamada PAC (Proletariado Armado para o Comunismo). Vale salientar que o Sr. Cesare Battisti nunca negou a participação em atos terrorista e nos quatro assassinatos pelos quais foi condenado. Ele nunca se declarou inocente. Nem muito menos qualquer organização dos direitos humanos declarou ter provas de que Battisti é inocente. Após a condenação na Itália ele fugiu para a França onde ficou escondido até o início do século XX. Depois de ter sido revogada sua situação de asilado político neste país, ele, então, fugiu para o Brasil. No Brasil o Procurador Geral da República e o Comitê Nacional para Refugiados negaram a condição de asilo político ao Sr. Cesare Battisti. Apesar do parecer oficial de dois níveis da administração pública que, teoricamente, são sérios e idôneos, o ministro da justiça, o Sr. Tarso Genro, concedeu o asilo político a Battisti. Para conceder o asilo o ministro levantou a possibilidade de ter ávido irregularidades no julgamento de Cesare Battisti ocorrido na Itália.

Diante do caso Cesare Battisti realizar-se-á cinco observações de conteúdo cultural e filosófico.

Primeira, Cesare Battisti fugiu para o Brasil porque ele sabia e sabe que este país tropical é o paraíso dos ladrões e criminosos em fuga. O Brasil tem uma justiça lenta e altamente burocrática e, ainda por cima, há toda uma tradição de bom acolhimento ao imigrante. Sem contar que se trata de um país tropical, cheio de praias e belezas naturais. Após décadas levando uma vida dura dentro de estruturas repressivas da extrema esquerda o Sr. Cesare Battisti resolveu “tirar férias”, ou seja, vir para o Brasil aproveitar a vida com a consciência tranqüila que mesmo que fosse condenado no Brasil seus advogados encontrariam – como todos os advogados encontram – uma brecha na lei para ele passar o resto da vida em liberdade.

Segunda, a possibilidade que o ministro da justiça levantou, ou seja, que houve irregularidades no julgamento de Cesare Battisti na Itália é muito problemática. Trata-se de um ministro da justiça de um país estrangeiro dando opiniões nos atos judiciais da Itália. Já pensou se a Itália ou qualquer outro país resolver usar o princípio de reciprocidade, ou seja, também omitir opiniões sobre os atos jurídicos brasileiros? Com certeza este outro país encontrará milhares de motivos para afirmar que os julgamentos realizados no Brasil são irregulares. No mínimo o ministro da justiça cometeu um erro de diplomacia internacional.

Terceiro, como salientou o pensador Percival Puggina o atual ministro da justiça, o Sr. Tarso Genro, tem dificuldades para compreender e até mesmo para conviver com o conceito de terrorismo. De acordo com Percival Puggina, no artigo Companheiro Cesare Battisti (Disponível em http://www.puggina.org/detailautor.php?recordID=COMPANHEIRO%20CESARE%20BATTISTI) no mesmo período em que Cesare Battisti realizava atos terroristas na Itália, ou seja, a década de 1970, ministros do atual governo brasileiro também praticavam atos semelhantes. É por causa disso que estes ministros percebem Battisti como um “companheiro de luta” e não como um criminoso foragido da justiça. A conseqüência disso é que o ministro da justiça deu seu parecer não a partir da lei e dos acordos jurídicos internacionais, mas de acordo com a ideologia que ele é filiado. Isto é muito perigoso, porque pode transformar a República do Brasil numa república governada por ideologias e não pela legislação. O princípio deixa de ser a “lei para todos” e passaria a ser a “lei para os companheiros de ideologia”. Se o indivíduo cometeu um crime, mas é filiado ou simpatizante da ideologia do governo, então não será punido. Entretanto, se esse mesmo indivíduo não for filiado ou simpatizante, então será punido com os “rigores da lei”.

Quarto, se o parecer do ministro da justiça for confirmado, então o Brasil estará em uma situação muito difícil. O motivo é que o Brasil estará dizendo aos criminosos e terroristas internacionais: “Podem vir para o Brasil, pois aqui criminoso e terrorista internacional não é condenado e ainda por cima tem direito a asilo político”. Imaginem a situação: um indivíduo ou um grupo social radical (político, religioso, etc) pratica atos de violência e de terrorismo, incluindo assassinatos. Então este indivíduo ou grupo social radical vem para o Brasil, dá uma série de entrevistas (no estilo pop star) dizendo que é da esquerda, que suas ações violentas, incluindo assassinatos, são em prol dos mais fracos e oprimidos e que em seu país de origem ele foi julgado e condenado injustamente por uma lei e por uma corte de juízes burgueses e conservadores. E que por estes motivos este indivíduo ou grupo social radical deve ficar asilado no Brasil. Se isto acontecer estará terminada qualquer possibilidade do Brasil se tornar um país respeitado pela comunidade internacional. Seremos eternamente o destino de ladrões e assassinos.

Quinto, se o ministério da justiça do Brasil possui provas concretas, e não apenas meras possibilidades – de conteúdo ideológico – levantadas pelo atual ministro da justiça, que houve irregularidades no julgamento do Sr. Cesare Battisti, então este ministério deve entregá-lo para a justiça internacional e pedir um arbítrio neutro no caso e talvez até um novo julgamento realizado pela Corte Internacional. O que não pode acontecer é que baseado nos altos do processo o Procurador Geral da República e o Comitê Nacional para Refugiados negarem o asilo político a um ex-terrorista e o ministro da justiça, por convicções ideológicas, conceder este asilo. É preciso que a lei prevaleça. Se no lugar da lei prevalecer à ideologia, então estaremos a meio caminho da barbárie. Todos os atos criminosos serão válidos desde que sejam praticados em nome da ideologia.