domingo, 10 de maio de 2009

A novela Paraíso: um exemplo do marketing ateu

Atualmente no horário de 18h00 a Rede Globo de Televisão está regravando e retransmitindo uma novela que a própria Rede Globo transmitiu na década de 1980, ou seja, a novela Paraíso. Sinteticamente, o enredo dessa novela é o seguinte: numa pequena e atrasada cidade do interior, profundamente influenciada pelos valores e modismos sociais das cidades grandes, uma jovem moça católica conhecida como “santinha” vivi um dilema, ou seja, seguir os valores da religião ou viver um caso de amor – que pode se transformar até em casamento – com um jovem aventureiro que se auto-proclama “filho do diabo”. Em torno desse dilema circulam uma série de personagens que vão desde o padre, passando pelas moças alienadas até chegar aos tradicionais fazendeiros que aparecem nas novelas, conhecidos como “coronéis”, que nunca trabalham, mas que levam uma vida confortável.

O interessante da atual retransmissão da novela Paraíso é que, dessa vez, a Rede Globo não escondeu seu espírito secular e seu interesse em propagar o evangelho do ateísmo.

É interessante notar que atualmente há uma grande exigência para que as novelas sejam realistas e transmitam a mais profunda essência dos grupos e estruturas sociais. Um bom exemplo dessa exigência são os personagens homossexuais, deficientes físicos ou de alguma minoria étnica. Esses personagens são apresentados pelas novelas, principalmente as novelas da Rede Globo, com grande realismo. No entanto, há uma grande exceção a essa regra: é justamente a religião cristã. Todos os personagens (padres, freiras, missionários, fiéis, etc) que de alguma forma são cristãos são apresentados de forma estereotipada e superficial. São sempre personagens alienados, com profundos problemas psicológicos, dados ao álcool e a fofocas, e na maioria das vezes são perversos e cruéis. A imagem dos cristãos que as novelas apresentam, especialmente a Rede Globo, é muito diferente da realidade encontrada dentro dos templos cristãos em todo o território brasileiro. Quando o assunto é o Cristianismo a Rede Globo não segue o princípio de apresentar a realidade e a mais profunda essência dos grupos sociais.

Um pequeno mais significativo exemplo desse problema é a novela Paraíso. Nesta novela encontramos a personagem central, a “santinha”, rezando para uma Santa que ninguém sabe o nome. É a Virgem Maria? É Santa Rita de Cássia? É Santa Luzia? Ninguém sabe. A novela Paraíso é uma espécie de “manual do desconhecimento religioso”.

Além disso, na novela a “santinha” perdeu a fé com muita facilidade e chegou para sua mãe – a personagem “beata”, representada pela atriz Cássia Kiss – e disse duas coisas:

1) O tempo que passou no Convento (a jovem “santinha” fez um curso em um convento católico) foi um tempo perdido. É interessante notar que se esse raciocínio for levado ao pé da letra muita coisa na sociedade contemporânea será considerada perda de tempo. Por acaso, não será perda de tempo assistir as novelas, incluindo as da Rede Globo? Não será perda de tempo assistir aos diversos campeonatos de futebol? Não será perda de tempo passar horas nos Shopping Centres? Essas perguntas são um bom tema para reflexão nas novelas.

2) O personagem “santinha” chegou para a mãe, a “beata”, e disse: “Eu falei pra santa (que ninguém sabe quem é) que não vou cumprir a promessa (a “santinha” fez uma promessa) e eu acho que ela entendeu”. É interessante notar que tradicionalmente as novelas cobram ou estimulam as pessoas a cumprirem com seus deveres. Nas novelas as pessoas devem votar, torcer por seus times de futebol, participar de festas, principalmente do carnaval. O único dever que as novelas não estimulam é o dever com o sagrado, com o divino. Nas novelas o sagrado é algo desnecessário e, portanto, não deve ser praticado. Qualquer coisa tem valor nas novelas, menos o sagrado.

A atual novela Paraíso é um bom exemplo do marketing ateu. Nesta novela tem-se uma “santa” que ninguém sabe o nome, é realizada uma exaltação do “filho do diabo” e não do Filho de Deus, ou seja, de Jesus Cristo, o padre da cidade não realiza qualquer atividade de evangelização, os cristãos piedosos são rotulados de “beatas” e se quer aparecem nas cenas da novela. É uma novela que as orações e os atos de fé cristã são apresentados como superados e antiquados. Nesta novela o moderno é falar do “filho do diabo”, viver de fofocas e de sonhar com o estilo de vida secular e até mesmo pagão das grandes cidades.

As novelas funcionam no Brasil como uma espécie de “catecismo secular” onde as pessoas, ao assistirem as novelas, aprendem o que deve ser feito no cotidiano, o que é certo e errado. Pelo enredo da novela Paraíso qualquer cidadão que tenha o mínimo de senso crítico vai perceber que para a Rede Globo o correto é não ter nenhuma religião. Ou melhor, a única religião que deve ser praticada não é o Cristianismo, mas o culto as próprias novelas. A novela Paraíso está dizendo para todos os brasileiros: “Não precisam acreditar em Deus, ir a Igreja e fazer orações. O que os brasileiros precisam é apenas assistir as novelas e acreditar em tudo o que elas ensinam”. Mesmo que esse ensinamento seja o culto ao “filho do diabo”. O Paraíso que a Rede Globo tem a oferecer aos brasileiros não é o Paraíso bíblico, anunciado por Jesus Cristo, mas é o paraíso da alienação das novelas. E infelizmente multidões de brasileiros atualmente vivem iludidos correndo atrás do paraíso oferecido pela Rede Globo e não correm atrás do Paraíso oferecido gratuitamente por Jesus Cristo.

5 comentários:

Anônimo disse...

É a mais pura verdade.
Deus tenha misericórdia das pessoas que veêm essas novelas. Inclusive, a novela Caminho das Indias, tem uma música que sua tradução é terrivel, esplanando exatamente o termo diabo.

Anônimo disse...

Concordo totalmente!

Eles apelam total para a exaltação do diabo.
Ok, certas coisas nessa novela são absurdas... mas apelar pra religiosos loucos? Aí já é demais!
A Globo apela pro absurdo!

Anônimo disse...

BEM PIOR QUE A MARIANA , SO A TAL ZEFA RIDICULA ELA E A ROSINHA , ZEFA E CASO DE DESLIGAR A TV QUANDO PASSA ELA ....AE QUE TAL DA UMA MELHORADA NA ZEFA AE DA ATE PRA ASSISTIR A NOVELA ,

Elizeu GBA disse...

1- o nome da santa é santa rita animal!
2-se vc é mais um dakeles alienados q so gostam da mesmisse de sempre, problema seu
2- foi uma otima novela e a UNICA q ja assisti na vida que eu considero uma das unicas novelas q ja prestaram na historia,
3- se vc é mais um dakeles "do contra" problema seu!

José Júnior disse...

Não concordo com vc pois acho que a novela mesmo o autor não tendo sido sábio soube tratar de Deus e também da religião de forma menos ofuscante e bestializante que outros autores que parecem querer arrecadar prosélitos. Entendo sua crítica mas acho que vc partiu de um princípio de generalização, o que sempre incorre, invariavelmente, em erro.