segunda-feira, 27 de abril de 2009

Quem financia a Teologia da Libertação?

A Teologia da Libertação (TL), de forte teor marxista, afirma defender os pobres e desejar libertar o ser humano da opressão social. De certa forma, os padres e os religiosos oficialmente ligados e simpatizantes dessa corrente teológica são duplamente pobres. De um lado, são pobres porque fazem voto de pobreza e vivem oficialmente à custa de doações dos fiéis. Do outro lado, são pobres porque seguem uma ideologia que faz apologia da pobreza.

Entretanto, há uma coisa a ser observada, ou seja, o grande poder de comunicação e de mobilização humana que a Teologia da Libertação possui na América Latina. A TL realiza constantemente grandes eventos (congressos, simpósios, etc) nacionais e internacionais, mantêm uma ampla rede de sites na Internet, páginas em jornais, programas de rádio e TV, possui uma ambiciosa política de publicação de livros e tem sob seu controle dezenas de revistas acadêmicas e de informação geral.

É até contraditório que padres e religiosos que são duplamente pobres tenham dinheiro para criar e manter uma rede de comunicação e de mobilização humana tão grande. Da onde vem tanto dinheiro? Quem financia a Teologia da Libertação?

Uma pessoa comum poderá responder que quem financia a gigantesca máquina de comunicação e de mobilização humana da TL é a Igreja Católica que, após 2.000 anos de história, conseguiu juntar grandes somas de dinheiro e muita experiência administrativa.

Essa resposta poderia até estar correta se não fosse um fato muito sério. O fato é que devido à opção ideológica da TL, ou seja, o materialismo ateu pregado pelo marxismo, a Igreja sempre viu com certa desconfiança a pregação revolucionária da TL. Essa desconfiança só fez aumentar. Até que em 06 de agosto de 1984 o Vaticano, por meio a Congregação para a Doutrina a Fé, publicou a Instrução sobre alguns aspectos da “Teologia da Libertação”. Nessa instrução a Santa Sé realiza uma aprofundada análise dos pressupostos teóricos da TL e concluí que as posições da TL são “incompatíveis com a visão cristã do homem” (VIII, 1), ou seja, a Teologia da Libertação pode até ser um ótima propaganda do marxismo e do materialismo, mas não é uma expressão teológica que mereça ser seguida pelos fieis católicos.

Após esse pronunciamento oficial da Igreja, cada vez mais, as organizações e os fiéis católicos passaram a financiar, cada vez menos, a TL. Teoricamente era para, após este pronunciamento, grande parte da capacidade logística dessa expressão teológica ter ficado fragilizada. Entretanto, a realidade é outra. Após o ano e 1984 a TL cresceu ainda mais sua estrutura de comunicação e capacidade de mobilização humana. O que aconteceu?

Se as organizações e os fiéis católicos não estão mais financiando a TL, quem está? E a Igreja não financia a TL, quem financia?

É difícil dá uma resposta definitiva para essa pergunta, mas é possível citar duas grandes fontes de recursos financeiros para abastecer a gigantesca máquina de propaganda da TL.

A primeira fonte pode ser classificada de “clássica”, ou seja, é uma fonte anterior a década de 1990.

A fonte “clássica” pode ser dividida em duas origens.

A primeira é o regime socialista de Cuba. Esse regime sempre foi visto pelos líderes e pela militância da TL como o modelo político a ser implantada na América Latina. Havia – e continua havendo – um acordo entre o regime socialista de Cuba e a TL. A TL defende esse regime e, em troca, o regime financia parte do aparato de comunicação da TL. O problema é que Cuba tem uma economia muito fragilizada e, por conseguinte, nunca teve condições de doar grandes somas de dinheiro para a TL.

A segunda são organizações, fundações privadas e ONGs que não tem qualquer vínculo oficial com a Igreja. Inclusive, muitas vezes, são organizações anticristãs. A opção ideológica da TL, ou seja, o materialismo ateu oriundo do marxismo, é vista por essas organizações como uma possibilidade concreta de poder entrar dentro da Igreja idéias anticristãs que são rejeitadas pelos Evangelhos e pelo Magistério. Entre essas idéias estão: o ateísmo, o aborto, o secularismo, o fim do casamento, a promiscuidade e outras. Há um acordo, não oficial, entre a TL e essas organizações. Por esse acordo, essas organizações financiam a gigantesca estrutura de comunicação e de mobilização humana da TL e, por sua vez, a TL espalha no meio dos cristãos idéias e valores rejeitados pelo Magistério da Igreja. Não é a toa que a Teologia da Libertação afirma abertamente discordar da interpretação oficial dos textos Sagrados realizada pela Igreja.
A segunda fonte de financiamento, ou seja, a fonte não “clássica”, é estabelecida a partir da década de 1990 e vem até o presente momento histórico. Essa fonte são os diversos regimes esquerdistas estabelecidos na América Latina, em países como: Brasil, Venezuela, Bolívia, Equador e mais recentemente o Paraguai.

A TL fez – e continua fazendo – campanha política em defesa desses regimes. Obviamente, que numa sociedade livre a TL pode escolher fazer campanha política para a ideologia que quiser. A questão é que desde a sua origem na década de 1960 sempre houve uma íntima afinidade ideológica entre a Teologia da Libertação e a esquerda na América Latina. Essa afinidade não foi rompida nem nos casos em que a esquerda latino-americana enveredou pelo caminho do autoritarismo e do totalitarismo como, por exemplo, em Cuba, na Nicarágua e mais recentemente na Venezuela.

Com o crescimento econômico mundial na década de 1990 e com os altos preços do barril de petróleo, que só foram interrompidos com a crise econômica mundial estabelecida em 2008, os novos regimes de esquerda implantados na América Latina (Brasil, Venezuela, Bolívia e Equador) passaram a desfrutar de altas somas de dinheiro. Parte desse dinheiro foi – e continua sendo – utilizada para estruturar e aparelhar à esquerda nos países da América Latina.

E justamente uma das formas de estruturar e aparelhar à esquerda latino-america é financiar a máquina de propaganda da Teologia da Libertação. Com isso, a TL passa a receber altas somas de dinheiro para poder manter e expandir sua estrutura de mobilização humana.

sábado, 25 de abril de 2009

Fernando Lugo, teologia da libertação e o neopopulismo

Nos últimos dias do mês de abril de 2009 a grande mídia nacional e internacional apresentou o caso dos filhos que o ex-bispo católico, líder da Teologia da Libertação (TL) na América Latina e atual presidente do Paraguai, Fernando Lugo, teve quando ainda exercia as funções sacerdotais. É preciso esclarecer que até o presente momento ele reconheceu a paternidade de três filhos e segundo analistas da política paraguaia este número pode segar a seis ou até mais. Em grande medida, o que a grande mídia faz é apresentar de forma escandalosa e sem reflexão esse caso. Obviamente, ninguém está defendendo a postura, no mínino, anti-ética de Fernando Lupo. Entretanto, é preciso ir além do escaldá-lo da paternidade múltipla de Fernando Lupo.

Fernando Lugo é um ex-religioso franciscano que, assim como Leonardo Boff, foi formado nas décadas de 1960 e 1970 dentro do ateísmo materialista do marxismo. Ele é o que se pode chamar, paradoxalmente, de padre ateu. É uma grande contradição existir um padre que seja ateu, mas a verdade é que entre 1960 a 1980 o secularismo e o ateísmo penetrou em muitos seminários católicos na América Latino, inclusive no Paraguai que hoje é governado por Lugo.

O problema não é o ateísmo. Dentro de uma sociedade livre e democrática uma pessoa pode escolher não acreditar em Deus. O problema é outro, ou seja, é o fato dos religiosos sem fé que se organizaram em torno da Teologia da Libertação passaram a fazer duas grandes coisas. Primeira, criticar abertamente a Bíblia, a hierarquia e o Magistério da Igreja. De repente dois mil anos de fé cristã foram postos em xeque não por inimigos externos da Igreja, mas por padres e religiosos que foram formados dentro das instituições católicas. Segundo, já que esses religiosos, incluindo Fernando Lugo, não possuem fé e não acreditam em Jesus Cristo Salvador, então eles resolveram aderir radicalmente ao discurso secularizado na sociedade moderna. Discurso que afirma que o Reino de Deus será construído na terra e que, portanto, deve-se lutar para que as pessoas possam desfrutar dos benefícios da sociedade moderna. Este tipo de discurso é chamado de defesa dos pobres.

O problema é que tanto a Teologia da Libertação (TL) como um dos seus atuais líderes, ou seja, o ex-bispo Fernando Lugo, enveredaram não pelo caminho da liberdade e da democracia, mas pelo caminho socialista. É preciso deixar claro que em hipótese alguma está sendo criada uma igualdade entre a liberdade e a democracia com regimes políticos de direita. Muitos regimes políticos de direita são anti-liberdade e antidemocráticos.

Hoje quase ninguém sabe o que é socialismo. Tanto na grande mídia, como também nos livros de história o socialismo é pouco citado ou até mesmo esquecido. O fato é que do século XIX até 1989, quando houve a queda do Muro de Berlim, o regime socialista foi um dos piores pesadelos que a humanidade já viu. Poucos regimes foram tão tirânicos e totalitários como o socialismo. Entretanto, o que a TL e, por conseguinte Fernando Lupo, oferecem a América Latina é socialismo, ou seja, tirania e totalitarismo.

Se o socialismo é tirânico e totalitário, então como Fernando Lugo foi eleito presidente do Paraguai?

Há dois grandes motivos para a eleição de Fernando Lugo à presidência do Paraguai. Primeiro, o Paraguai vinha sendo governando a décadas por um partido de direito populista e corrupto, o Partido Colorado. O povo paraguaio estava cansado de ser explorado por este partido. Segundo, Fernando Lugo utilizou à retórica neopopulista, que afirma que vai defender os pobres, fazer a redistribuição da riqueza social e, por fim, governar em nome de Deus, para se eleger.

É interessante notar que um ex-padre ateu como Fernando Lugo, que não obedece a hierarquia católica e não acredita no que a Igreja ensina, foi para o palanque político falar em Deus e nos valores morais cristãos. Somente uma política neopopulista, própria do início do século XXI, poderia proporcionar uma cena como essa.

Fernando Lugo, a Teologia da Libertação e políticos contemporâneos da América Latina como, por exemplo, Hugo Chávez e Evo Morales, apesar de não terem uma experiência mística falam em Deus, apesar de promovem políticas clássicas que só trazem a pobreza nacional, falam nos pobres. Parece que Deus e os pobres são os centros do discurso neopopulista que atualmente domina o cenário político latino-americano.

O problema é que Fernando Lugo, e a Teologia da Libertação representada por ele, não quer viver a experiência mística oriunda de Deus. Até porque ele aprendeu, em grande medida no seminário católico onde estudou, que Deus não existe ou se existe não é da forma como a Igreja historicamente apresenta-o. Ele também não quer defender os pobres. Para ele os pobres são massa de manobra para conseguir se eleger. O que ele realmente quer é o poder. Assim como todo projeto político autoritário e aventureiro o que se deseja realmente é poder. Ele não quer o poder para proclamar o Evangelho – que seria algo muito ético – ou para defender os pobres, mas para implantar o regime autoritário, ou seja, o socialismo. Dentro deste projeto neopopulista Deus e os pobres entram apenas como um trampolim, uma plataforma que irá lançá-lo direto para seu objetivo.

Não se deve pensar que a direita é ética e não deseja o poder. Em um passado recente a direita utilizou as mesmas táticas de Fernando Lugo, ou seja, falar em nome de Deus e dos pobres. No passado a esquerda era atéia – e ainda é. O problema é que hoje, protegida pela Teologia da Libertação, a esquerda não diz a verdade, ou seja, que é atéia, mas se apresenta como o novo representante de Deus. E é justamente com esse discurso neopopulista que Fernando Lugo e outros políticos latino-americanos estão vencendo sucessivas eleições e inclusive já falam abertamente em reeleições infinitas e, com isso, acabar com a democracia.

Para concluir é preciso perguntar: Por que o Vaticano – que é sempre tão cauteloso e rigoroso – nomeou um padre sem fé como Fernando Lugo para bispo da Igreja Católica? Imaginem o tipo de orientação que este homem dava aos seus padres e religiosos. Imaginem o tipo de conselho que ele dava aos seus fiéis. Pensem em quantas pessoas não foram desvirtuadas e perderam a fé por causa de Fernando Lugo. É preciso respeitar as decisões do Vaticano, afinal de contas o Vaticano é um Estado independente. Entretanto, o Vaticano precisa ser mais severo ao nomear um bispo. A questão é simples: cabe ao Vaticano levar a mensagem salvífica de Jesus Cristo ao mundo. Nomear um padre sem fé, como Fernando Lugo, para bispo é prejudicar a Evangelização e a imagem da Igreja. Além disso, pode acontecer algo terrível, ou seja, o nome de Deus ser misturado, de forma profana e herética, com a política neopopulista que atualmente vem despontando na América Latina.

domingo, 12 de abril de 2009

Por que os direitos humanos não criticam Lula?

No dia 26/03/2009, durante entrevista coletiva que encerrou o encontro oficial do presidente da república, Luis Inácio Lula da Silva, com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, Lula fez a seguinte afirmação sobre a crise econômica mundial: "É uma crise causada por comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis que antes da crise parecia que sabia tudo e agora demonstra não saber nada". Essa afirmação foi tema de muito debate no cenário internacional. Inclusive Lula foi acusado de racismo por várias entidades que representam os direitos dos brancos.

A verdade precisa ser dita: Lula não teve intenção de discriminar os brancos. Ele apenas disse mais uma frase de efeito, da qual não tinha qualquer consciência de seu teor político. Todo mundo sabe que Lula fala demais e o pior, fala sem pensar.

O problema é que até o presente momento, ou seja, 12/04/2009, nenhuma organização dos direitos humanos veio oficialmente a público criticar e exigir que o presidente se desculpe. Afinal de contas, no mínimo, o atual presidente da república foi descortês e um tanto quanto preconceituoso ao afirmar que o culpado pela crise econômica mundial são os “comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis”.

É interessante notar que por muito menos vários grupos, ONGs e segmentos sociais ligados aos direitos humanos vem a público exigir retratação e pagamento de milionárias indenizações. Qualquer frase ou palavra que não se encaixe dentro do rótulo do “politicamente correto” é imediatamente critica e severamente rejeitada. Muitas vezes os grupos sociais ligados aos direitos humanos funcionam como uma espécie de milícia que tem por objetivo reprimir tudo que não se encaixe no “politicamente correto”.

O problema é que a frase de Lula, mesmo que não tenha sido proferida de foram intencional, é uma proposição que fere os direitos de um segmento que compõe a humanidade, ou seja, os brancos.

Não se trata de privilegiar os brancos em detrimento dos negros ou de qualquer outro grupo social. Pelo contrário, se trata de direitos iguais. Se a lei, os acordos diplomáticos internacionais e os direitos humanos protegem os negros e outros segmentos sociais também protegem os brancos. E a lei é para todos e não apenas para os negros.

O que surpreende em toda essa história é que até o presente momento os direitos humanos não criticaram e nem exigiram retratação de Lula. Por que os direitos humanos não criticam Lula? Essa é uma pergunta que até agora não tem resposta. Entretanto, é uma dessas perguntas que nos leva a refletir sobre o tipo de sociedade que está sendo construída.

terça-feira, 7 de abril de 2009

O problema do rígido controle da natalidade no Ocidente


No mês de março de 2009 o jornalista Maurício Horta publicou na revista Super Interessante (março de 2009, p. 23-24) um artigo, cujo título é Faça amor e faça a guerra. Neste artigo ele apresenta de forma muito sucinta o problema do rígido controle da natalidade no Ocidente.

O Ocidente se desenvolveu tecnologicamente e economicamente. Conseguiu realizar importantes revoluções como, por exemplo, a revolução industrial e a revolução francesa. Além disso, desenvolveu a democracia, aperfeiçoou os direitos humanos e garantiu a liberdade de expressão e de pensamento.

Os países do Ocidente também venceram muitas guerras ao redor do planeta e, com isso, garantiram que as conquistas oriundas do desenvolvimento econômico, da democracia e da liberdade de pensamento fossem levadas a outras partes do planeta.

Entretanto, Maurício Horta chama a atenção para o fato de que “sem guerra alguma [sem conquista militar], séculos de hegemonia ocidental poderão acabar porque seus casais têm poucos filhos. Nada menos que 70% dos europeus vivem em países onde se morre mais do que nasce. Mas, a população da União Européia vai continuar crescendo. Não por causa das taxas de natalidade, mas pela imigração. O mundo pobre, cada vez mais apertado, deve invadir cada vez a praia do mundo rico. E mudar a cada do planeta. Essa bomba demográfica já está explodindo há um bom tempo: a população árabe na Europa mais do que dobrou nas últimas décadas. Em 1982, eram 6,8 milhões. Hoje são 16 milhões. Na França, que recebeu levas de imigrantes muçulmanos de suas ex-colônias no norte da África, eles já representam quase 10% da população”(Super Interessante, março de 2009, p. 23).

O fato concreto é que nos últimos 60 anos os países do Ocidente adotaram uma rígida política de controle da natalidade. O objetivo dessa política era – e ainda é – reduzir a população nacional e, com isso, diminuir problemas sociais como, por exemplo, o desemprego, a violência e a fone. Além disso, a ideologia do consumo e do prazer a qualquer custo tornou-se hegemônica nos países ocidentais. Essa ideologia afirma que ter filhos é um prejuízo. Isto acontece porque ter filhos faz os casais gastarem dinheiro com a educação e a saúde dos filhos e sobra pouco dinheiro para consumir e viver loucamente os prazeres do sexo e da vida moderna.

São variadas as técnicas utilizadas para colocar em prática a rígida política de controle da natalidade. Entre essas técnicas cita-se: ampla propaganda nos meios de comunicação incentivando os casais a não terem filhos ou terem apenas um filho, vasta educação (nas escolas secundarias e na universidade) para que os jovens não desejem ter filhos, vasta distribuição de métodos e remédios que evitam a mulher engravidar, esterilização em massa de mulheres e homens em idade vertil, legalização e incentivo ao aborto – em alguns lugares fazer um aborto se transformou em moda entre os jovens – e amplo incentivo ao homossexualismo.

A conseqüência do rígido controle da natalidade é que em muitos países do Europa o número de pessoas que morrem é maior do que nascem. Na prática isso representa que em algumas décadas esses países serão um deserto populacional. Inclusive o fenômeno do deserto populacional (cidades fantasmas, as escolhas e universidades são obrigadas a fechar por falta de alunos, a indústria e o comércio entram em crise por falta de consumidores, etc) já se manifesta em muitas partes da Europa.

O que salva o Ocidente é a imigração dos países do terceiro mundo, principalmente dos países mulçumanos. É importante esclarecer que os países ocidentais têm feito constantes apelos e financiado muitas ações dentro dos países do terceiro mundo, principalmente dos países mulçumanos, para que estes países desenvolvam rígidas políticas de controle da natalidade iguais as políicas ocidentais. Entretanto, esses apelos e essas ações até agora tem sido um grande fracasso.

Inclusive os países mulçumanos possuem uma política oficial de crescimento e expansão populacional. O Islã pretende dominar o mundo ou pela força das armas – por meio da guerra santa – ou pela expansão populacional. Os países mulçumanos abertamente incentivam o crescimento populacional como forma de vencer e dominar o Ocidente. O crescimento populacional islâmico é debatido abertamente no Parlamento de países mulçumanos como, por exemplo, o Irã, a Arábia Saudita e o Iêmen.

Em hipótese alguma está se defendendo uma política anti-imigração, ou seja, um país ou uma região do planeta se feche para o resto do mundo. A questão é bem mais complexa. De um lado, o Ocidente tal qual existe hoje é fruto de muitas imigrações que ocorreram ao longo de séculos. Do ouro lado, uma das marcas registradas do ser humano é a capacidade de andar ao redor do planeta. E com o aperfeiçoamento da economia e da tecnologia essa marca fica cada vez mais acentuada.

O problema é que as populações que estão imigrando para o Ocidente não aceitam o estilo de vida ocidental e, o pior, vêem os valores ocidentais como, por exemplo, a liberdade de pensamento e a democracia, como pura decadência fruto do secularismo e do ateísmo dominante no Ocidente.

A questão é dramática. De um lado, têm-se os países ocidentais (cheios de riqueza e tecnologia, mergulhados no secularismo e no ateísmo) com uma rígida política de controle da natalidade, a qual estimula as pessoas a não terem filhos ou então terem apenas um filho. Com isso os países do Ocidente estão correndo o risco de virarem um deserto populacional. Do outro lado, têm-se os países do terceiro mundo, especialmente os países mulçumanos. Estes países possuem altas taxas de natalidade. E ainda por cima os países mulçumanos estão utilizando o crescimento populacional como arma para vencer, destruir e dominar a cultura e os valores ocidentais.

A solução que Maurício Horta apresenta enquadra-se dentro do que atualmente chama-se de relativismo cultural. Em suas palavras: “A saída mais clara para os países que vão enfrentar migrações em massa não é um contra-ataque demográfico nessa linha, mas o entendimento. Isso significa deixar de lado laços de sangue e abraçar a assimilação cultural” (Super Interessante, março de 2009, p. 24).

A dois sérios problemas com a política do relativismo cultural, da assimilação cultural.

O primeiro é que países ocidentais com uma população majoritariamente idosa e vivendo o fenômeno do deserto populacional não possuem – e não possuirão – nenhuma condição de assimilar qualquer tipo de população imigrante. Pelo contrário será facilmente assimilado por essa população. Uma multidão de árabes mulçumanos jovens facilmente assimilará e até pode engolir a população idosa de um país ocidental ou – mais fácil ainda – ocupar o deserto populacional criado pelo rígido controle da natalidade.

O segundo é que as populações imigrantes não desejam serem assimiladas ou vêem com maus olhos a cultura ocidental. Cultura essa que é marcada pela democracia, pela liberdade de pensamento e pelo secularismo. O que as populações imigrantes desejam, especialmente os mulçumanos, é implantar no Ocidente seu estilo de vida e sua cultura. Atualmente está na moda falar da imigração para os países ocidentais. Entretanto, pouco ou quase nada se fala dos problemas e das tensões sociais e políticas que essa imigração pode trazer. Alguém já imaginou, por exemplo, a França ou a Inglaterra com uma população de maioria mulçumana? Os mulçumanos vêem a democracia como decadência cultural. Eles são contra a liberdade de pensamento e a liberdade religiosa. A comunidade islâmica na Europa deseja abertamente implantar um Estado islâmico guiado unicamente pelas leis do Alcorão. Se isto acontecer representará na prática o fim da cultura ocidental tal qual nós a conhecemos atualmente.

Obviamente que uma população de um país, por questões diversas, pode livremente escolher em não ter filhos e, por conseguinte, desaparecer. E com isso abrir espaço para que o território desse país seja conquistado e colonizado por outros povos, inclusive pelos mulçumanos. Entretanto, até o presente momento nenhum país no Ocidente realizou uma votação, um plebiscito, para decidir se este país será extinto pela falta de população causada pelo rígido controle da natalidade.

Diante do quadro apresentado afirma-se que é tempo de se (re)pensar a rígida política de controle da natalidade que praticamente proibi as pessoas de terem filhos nos países do Ocidente.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

A multiplicação do comunista de Taubaté

Ninguém sabe ao certo a origem do comunista de Taubaté. Há várias versões sobre sua origem e sua história. Quase tudo em torno dessa figura folclórica é mito. Não se sabe se quer se ele realmente é natural da cidade de Taubaté em São Paulo ou se apenas a sua mãe é natural dessa cidade, ou seja, a famosa Neide Taubaté.

O fato é que o comunista de Taubaté é uma figura cômica. Ele é o eterno estudante de graduação – e por conseguinte eterno líder estudantil – de algum curso da área de ciências humanas (história, sociologia, filosofia, etc) de alguma universidade do sudeste do Brasil (PUC-SP, USP, UFRJ, etc), sempre usa a camisa vermelha com o rosto de Che Chevara, sempre profetiza o “fim do capitalismo” e diante de qualquer problema, por mais simples que seja, ele não pensa duas vezes. Simplesmente ele repete: “a culpa é da burguesia”.

O comunista de Taubaté adora tomar umas cervejas em algum bar perto da universidade ou da sede de algum partido de esquerda e sempre tenta explicar aos seus colegas de copo a “psicologia da direita”. Obviamente que ninguém presta atenção ao que ele diz.

Conta-se que ele nunca trabalhou. Segundo ele o trabalho é “um valor burguês”. Ele vivi da eterna mesada que a mãe lhe dá. Algumas pessoas dizem que ele foi beneficiado com uma das várias indenizações milionárias que o atual governo federal pagou e ainda está pagando aos companheiros de caminhada ideológica. Essas indenizações foram apelidadas de “bolsa terrorismo”.

Entre tantas informações que nos chegam sobre o folclórico comunista de Taubaté o grande fato concreto é que ele é uma grande figura cônica. Ninguém acredita em suas profecias e na análise política por ele realizada. Entretanto, todo mundo ri quando ele bêbado, com um copo de cerveja na mão, proclama: “Vivi Fidel Castro, vivi a revolução”.

O problema é que até alguns anos atrás só se encontrava o comunista de Taubaté em lugares específicos como, por exemplo, os centos acadêmicos de cursos universitários da área de ciências humanas. Ele era uma espécie de “animal em extinção”. Entretanto, atualmente o comunista de Taubaté está se multiplicando. Ele pode ser visto na maioria das universidades brasileiras e não apenas na região sudeste. Ele pode ser encontrado na maioria dos partidos políticos e não apenas nos partidos de esquerda. E o pior ele pode ser encontrado dentro dos círculos de intelectuais, na redação dos jornais e revistas. Ele está ganhando notoriedade. Está se transformando em um fenômeno social.

O que aconteceu para que de figura cônica o comunista de Taubaté se transformasse em um fenômeno social?

É difícil dá uma resposta a essa pergunta. Mas, é possível apontar pelo menos dois grandes fatores.

O primeiro fator é a ausência de uma oposição séria no Brasil. Desde que houve a redemocratização – sem fazer nenhum tipo de apologia ao regime militar – o Brasil vivi a ditadura do pensamento único. Ditadura que é bancada pela ideologia da esquerda. Não há no Brasil um pensamento alternativo. Tudo se resume a agenda da esquerda. A conseqüência é que não há debate político sério neste país. A universidade, os jornais e revistas terminam reproduzindo – como faz o comunista de Taubaté – os jargões da esquerda, sem refletir sobre se esses jargões se aplicam ou não a realidade.

O segundo fator é o tipo de educação que as pessoas estão recebendo na atualidade. É uma educação voltada, em sua essência, para a mediocridade. Mesmo no ambiente universitário – que teoricamente deveria formar pessoas com senso crítico – reina a leitura de manuais que apresentam a realidade de forma simples e esquemática. Atualmente não se lê mais Platão, Aristóteles, Tomás de Aquino, Kant e toda a grande riqueza do pensamento Ocidental. Tanto no ensino médio como na universidade se lê os manuais que ensinam as pessoas a serem ricas e bonitas. O pior é que a TV e os jornais passam pelo mesmo processo de embrutecimento.

Diante desses dois graves fatores não se admira que um professor universitário diga a seus alunos que os problemas do mundo são causados pelo capitalismo. Se isso fosse verdade a Correia do Norte seria o paraíso na Terra. Também não se admira que todos os dias apareça nos jornais e na TV as mais simplórias análises da vida social. Análises que – em última instância – colocam a culpa em Deus.

É triste, mas a verdade é que o folclórico comunista de Taubaté está se multiplicando. Atualmente ele está por toda parte. E com a multiplicação dessa figura folclórica multiplica-se também a mediocridade na vida política, social e acadêmica. A única vantagem dessa multiplicação é que haverá mais oportunidades para as pessoas darem boas risadas com os velhos e superados jargões proferidos pelo comunista de Taubaté.

domingo, 5 de abril de 2009

A presença dos neoconservadores no Estado

A palavra ou expressão neoconsercador ou simplesmente neocons (na abreviatura normalmente utilizada) está na moda dentro do que se convencional chamar de “crítica social”.

Não se tem um conceito efetivo do que é crítica social. Trata-se de um termo vago e impreciso que pode ser utilizado para indicar desde o jornalista medíocre que copia matérias da internet e diz que foi ele que escreveu, até mesmo o pensamento da esquerda totalitária e anti-democrática.

O fato é que para os críticos sociais os neoconservadores ou neocons é o indivíduo, pensador ou grupo social que defende os chamados valores tradicionais como, por exemplo, a família, a religião cristã e até mesmo a liberdade. Por esta simples definição o neoconservador ou neocons deve ser evitado e até mesmo banido do convívio social.

Segundo os mesmos críticos sociais a atual orientação política do mundo tende a ser “liberal” (outro termo vago e impreciso). Por “política liberal” entenda-se o relativismo cultural, a legalização das drogas e do casamento homossexual e todas as ações contrárias ao pensamento conservador.

Um dos mitos mais difundidos pelos críticos sociais é o fato dos neoconservadores ou neocons terem uma grande capacidade de se infiltrar nos altos níveis de administração do Estado. O grande exemplo dado pelos críticos sociais dessa capacidade foi o governo de Bush.

Entretanto, Hugo Estenssoro, num artigo intitulado A fantasia dos neocons, publicado na revista Primeira leitura (dezembro de 2004, p. 80-82), é taxativo ao afirmar: “Quase tudo o que proclamam os mais vociferantes ‘críticos’ do neoconservadorismo é falso ou imaginário. Longe de serem uma cabala os neocons não apenas são altamente visíveis, mas sequer formam um grupo de pressão no sentido normal do termo, isto é, um grupo que propugna um programa de ação coerente e unânime. Alguns deles, por exemplo, se opuseram publicamente à intervenção no Afeganistão ou no Iraque; outros são severos críticos à campanha no Iraque”.

A idéia de que os altos níveis da administração pública são dominados pelos neoconservadores é um grande mito. Mesmo o governo Bush deve que lidar com um grande número de burocratas liberais, esquerdistas e anarquistas. A verdade é que na maioria dos países do Ocidente o alto escalão do Estado é dominado por uma elite de esquerdistas- liberais que defendem a liberação das drogas e o casamento homossexual. Esse mito serve justamente a esses grupos, pois enquanto a opinião pública procura os neocons, os esquedistas-liberais aprovam leis e procedimentos administrativos que a maioria da população na concorda.

O mito do domínio dos neoconservadores na administração pública é uma espécie de boa de piranha, ou seja, enquanto procuram-se os neocons – numa espécie de caça as bruxas – a sociedade passa, sem perceber, pela revolução cultural que, por conseguinte, destruirá com todos os valores e conquistas sociais do Ocidente.

Pesquisas realizadas nos anos de 2007 e 2008 mostraram que a grande maioria dos altos funcionários públicos de países como a Inglaterra e os EUA não tinham qualquer ligação com os neoconas. Eram funcionários sem um ideal político (é conhecido à apatia que envolve a vida dos funcionários públicos) ou ligados a alguma ideologia da esquerda-liberal.

No Brasil não existem pesquisas que possam fazer um mapa do ideal político dos altos funcionários públicos. Entretanto, um pequeno exemplo é ilustrativo da opção política desses funcionários, ou seja, a festa de encerramento do curso promovido pela Escola de Administração do governo federal no ano de 2008. O homenageado dessa festa não foi nenhum pensador ou político neoconservador, mas simplesmente Heloísa Helena a pop star da estrema esquerda brasileira. Quem presta homenagem a Heloísa Helena – que defende os mais superados e autoritários valores da esquerda – fatalmente não é um neoconservador.

Infelizmente a verdade é que os neoconservadores estão na cena política alternativa, por meio de revistas, blogs e colunas em jornais. Eles não estão dirigindo os rumos do Estado. Quem dirige os rumos do Estado na atualidade é a esquerda-liberal. Talvez se os neoconservadores estivessem ocupando os altos cargos da administração pública, o Estado contemporâneo não fosse tão incompetente, corrupto e distante da vida das pessoas.