sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A perseguição aos cristãos no Oriente Médio

Passou despercebido pela grande mídia o relatório, produzido em 2010, sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, organizado pela associação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). Nesse relatório são apresentados dados alarmantes sobre a liberdade religiosa no mundo. Surpreende que em pleno século XXI, onde se fala muito em liberdade de expressão e de opinião, a liberdade religiosa seja quase um privilégio de uma minoria da humanidade. Praticamente em 70% do planeta há algum tipo de restrição à liberdade religiosa. Acreditar em Deus ainda é um grande obstáculo para o homem.

Esse obstáculo é ainda maior no Oriente Médio. Não vamos entrar na discussão que envolve todos os grandes problemas dessa região do planeta. No entanto, uma coisa que chama a atenção é que a minoria cristã da região, que no passado já representou mais de 10% da população e hoje representa apenas 3%, está quase desaparecendo. Em países, como, por exemplo, o Iraque e o Egito, existe uma grande perseguição aos cristãos. Situação muito grave os cristãos também enfrentam na Faixa de Gaza, território Palestino administrado pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas. Vale salientar que o Oriente Médio é o berço do cristianismo.

Os cristãos no Oriente Médio são duramente perseguidos. Eles são proibidos de exercer funções dentro do Estado, tem dificuldade para matricular os filhos em escolas e o pior: são maltratados fisicamente e até mesmo assassinados. Atualmente o Oriente Médio é a região do planeta onde há o maior número de assassinatos de cristãos. Nessa região, matar um cristão é sinônimo de impunidade. Inclusive grupos radicais e fundamentalistas islâmicos, abertamente, incentivam o assassinato de cristãos. Por causa disso, a população cristã no Oriente Médio tem diminuído rapidamente. Uma parcela considerável de cristãos tem abandonado a região e ido morar em regiões, como, por exemplo, os EUA e a Europa. Se esse processo continuar a perspectiva é que em dez anos não haja mais cristões em muitos países do Oriente Médio.

Os países dessa região, que são oficialmente mulçumanos, não conseguem ou não querem impedir a perseguição e o assassinato dos cristões. As políticas de proteção a essa minoria étnica e religiosa tem sido, até o presente momento, ineficazes.

Diante disso é preciso questionar: onde está a ONU, que sempre lutou pela liberdade e pelos direitos das minorias? Onde estão lideres liberais, como, por exemplo, Bill Clinton e Tony Blair, que sempre afirmaram defender as minorias? Onde está Barack Obama, que é quase um profeta, que não se manifesta em defesa da minoria cristã no Oriente Médio? Onde está o presidente do Brasil, Lula, “o cara”, que afirma defender os direitos humanos e, ao mesmo tempo, mantém relações íntimas de amizade com regimes autoritários, como, por exemplo, Cuba e o Irá? Os estão os milhares de ONGs que afirmam defender os direitos humanos? Por acaso o assassinato de cristãos no Oriente Médio não é um caso de direitos humanos? Onde estão os teólogos da libertação, como, por exemplo, Frei Betto, Leonardo Boff e Marcelo Barros, que sempre se apresentaram como defensores das minorias? Por que os teólogos da libertação não defendem a minoria cristã no Oriente Médio? Onde estão os vários padres e religiosos (as) que assinaram manifestos em defesa da então candidata Dilma Rousseff? Justamente Dilma Rousseff que sempre defendeu o aborto e outras questões contrárias à fé crista. Seria bom que todos esses defensores das minorias fossem a público defender os cristões que estão correndo risco de extinção em países do Oriente Médio.

Além disso, é preciso que a sociedade civil se mobilize. A presença cristã no Oriente Médio enriquece a região e, ao mesmo tempo, propicia um saudável diálogo entre Oriente e Ocidente. É preciso que a ONU e outros organismos internacionais criem e incentivem políticas de proteção as minorias no Oriente Médio. Os cristãos não podem desaparecer dessa região. É um dever dos países que compõem essa região e de todos os órgãos que fomentam políticas públicas no mundo garantir a presença cristã nessa região.

Um comentário:

Anônimo disse...

Chama a atenção que o autor generaliza sobre a perseguição aos cristãos no Oriente Médio e esquece de citar que Israel é o único lugar da região onde os direitos religiosos das minorias estão plenamente assegurados (não só dos cristãos mas também dos bahais, zoroastras - religiões persas banidas no Irã, e outras). E lá é onde a população cristã cresce, e onde existem escolas cristãs, seminários, mosteiros e movimentos missionários variados em virtude da profusão de locais sagrados para o Cristianismo. Existem movimentos cristãos fora de Israel que se chamam de "sionistas" e existem para demonstrar solidariedade com o governo israelense, como o Christians United for Israel (CUFI). Aqui uma lista de outras: http://www.middleeastfacts.com/links/links_israel_christian_zionists.php