Em 2 de Julho de 2008, às 15h 16m (hora da Colômbia), o ministro da Defesa Da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou a libertação no sul do país, pelo exército colombiano, de quinze reféns, entre os quais Íngrid Betancourt, três cidadãos dos Estados Unidos e onze agentes policiais e militares colombianos, alguns dos quais eram reféns das FARC havia mais de dez anos. Ingrid Betancourt estava sequestrada havia 2323 dias. Este resgate ocorreu através da infiltração do exército no comando das FARC que tinha os reféns em seu poder, conseguindo convencer os sequestradores a reunir num só grupo os reféns. O resgate foi feito por helicóptero, sob o pretexto de levar os reféns para uma inspecção humanitária.
Em todo o mundo houve declarações de apoio a brilhante operação do exército da Colômbia, que sem disparar um único tiro conseguiu libertar o grupo de refens mais importante das FARC, justamente o grupo que representava uma “moeda política” nas negociações com o governo desse país. Além das declarações de apoio ao exército da Colômbia houve grandes felicitações aos ex-refens por terem, depois de tantos anos de carcere e de inúmeros sofrimentos, conseguido alcançar a liberdade.
Países pretensamente aliados do grupo narco-terrorrista, ou seja, das FARC como, por exemplo, a Venezuela e o Equador não parabenizaram oficialmente o exército da Colômbia e os ex-refens por terem finalmente conseguido atingir a liberdade. A atitude desses países já era esperada, pois são – pelo menos extra oficialmente – os únicos países que por razões políticas (que não serão discutidas) dão sustentação as atrocidades e a todos os crimes cometidos contra a humanidade pelas FARC. Esses países se limitaram a emitir uma nota oficial repetindo os velhos e gastos jargões da esquerda na América Latina.
A posição surpreendente foi do Brasil. Este país limitou-se a emitir uma simples nota oficial comentando vagamente o sequestro de Ingrid Betancourt, de outros cidadãos colombianos e até mesmo d eoutros países.
É preciso observar que o Brasil deseja ocupar um lugar como membro do conselho permamente da ONU (Organização das Nações Unidas), entrar para o celeto grupo do G8 e, por fim, ser oficialmente reconhecido como um paíse politicamente influente no mundo.
Além disso, é público e notório a simpatia que o atual governo brasileiro mutre pelas FARC. O atual governo, representado especialmente pelo Sr. embaixador Marco Aurélio Garcia, vê as FARC como apenas mais um capítulo do saudoso tempo da revolução cubana e de outras aventuras militares e autoritárias da esqueda na América Latina. Na pespectiva do atual governo as FARC não são um grupo narco-terrorrista e nem muito menos cometem crime algum. As FARC são apenas um grupo que luta por “justiça social”. Sobre essa questão é preciso endossar as palavras de Ingrid Betancourt quando da sua entrevista a Rede Globo de Televisão, logo após a libertação, quando afirmou “todos nós queremos a justiça social, mas utilizar de violência e de métodos desumanos não significa a implantação da justiça”.
O atual governo brasileiro não tomou medidas sérias para negociar e conseguir a libertação dos refens das FARC. Para justificar sua omissão diante de um problema humanitário tão grave refugiou-se atrás do argumento que se “trata de outro país soberano”. Vale salientar que o atual presidente da república, o Sr. Luís Inácio Lula da Silva, e toda a esquerda brasileira sempre defenderam a internacionalização da luta pela justiça social e pelos direitos humanos. Por este motivo esperava-se que no poder a esquerda colocasse em prática seu discurso internacionalista. Entretanto, como as FARC representam o velho sonho da luta armada e da ditadura esquerdista, na prática, nada foi feito. O atual governo não conseguiu ter uma única ação concreta para libertar os refens e por fim a luta fraticida na Colômbia. Terminou tendo uma ação omissa diante da situação. Como os noticiários da TV tem denostrado, quem soube ter uma ação mais concreta e tirar proveitos políticos da situação foi o governo da França.
O problema é o seguinte: se o atual governo brasileiro não conseguiu ou pior não quis negociar com a narco-guerrilha terrorrista das FARC, justamente um provável aliado ideológico, como então esperar que este mesmo governo conseguirá um lugar como membro do conselho permamente da ONU, entrar para o celeto grupo do G8 e, por fim, ser oficialmente reconhecido como um paíse politicamente influente no mundo?
Infelizmente é preciso constatar que o atual governo brasileiro está muito preocupado com questões ideológicas e em agradar seus aliados esquerdistas na América Latina, incluindo as FARC. Dentro desse processo de agradar os macro e estratégicos planos políticos terminam sendo esquecidos, negligenciados e até prejudicados.
Sobre essa questão vejamos um simples exemplo: Como o atual governo irá negociar a entrada do Brasil para o G8 se não conseguiu sequer negociar com um aliado ideológico, ou seja, com as FARC? Como a comunidade internacional poderá reconhecer que o Brasil é um país digno de credibilidade políitca se este mesmo país não conseguiu negociar a libertação e, por conseguinte, a rendição das FARC? Qual é a credencial que o governo brasileiro apresentará a comunidade internacional?
Como se pode ver a omissão do atual governo brasileiro diante do grave problema humanirário que são os refens das FARC pode ter sérios desdobramentos em um futuro próximo. Enquanto o governo brasileiro é omisso para poder agradar seus aliados ideológicos e um certo saudosismo gerado pela ação desumana das FARC, a população do país – asim como a população da Colômbia – será prejudicada, pois não verá o Brasil entrar para o seleto grupo dos países que são capazes de influenciar o resto do mundo. Devemos pensar em todas as perdas, inclusive no campo social, que esse fato trará para o país. Parece que ideologia, saudosismo autoritário e omissão não fazem bem para o país, incluindo a implantação da justiça social.
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