segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Ainda o caso Sérgio Cabral

O atual governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), não para de provocar polêmicas e risadas. Ele lançou a proposta de “liberar geral!” e “acabar com uma hipocrisia por semana em 2011”. Entre as coisas que Sérgio Cabral considera hipocrisia e, por conseguinte, deseja legalizar estão: o aborto, casas de swing, CDs piratas, os casamentos de Suzana Vieira, a obra de Jorge Vercillo e o cinema produzido por Oswaldo Montenegro.

Ninguém que tenha o mínimo de senso crítico pode levar Sérgio Cabral (PMDB) a sério. Isso se dá, entre outros, por dois grandes motivos.

Primeiro, ele está fazendo o jogo sujo do PT. Faz parte do acordo entre o PT e o PMDB que o PMDB vá para as ruas defender o que o povo brasileiro considera – e de fato é – indefensável e imoral. O PT ficou conhecido como o partido do aborto e das propostas absurdas, como, por exemplo, a legalização das drogas. O único nome ou estrela que o PT possui é Lula. O problema é que Lula não é imortal. Então cabe ao PT mudar de discurso, tornar-se mais dócil, sem, no entanto, abandonar as velhas propostas antiéticas que sempre defendeu. Neste caso, entra em cena o ambicioso PMDB, com seu “topa tudo” Sérgio Cabral. Por meio do “topa tudo” o PT pode ir às ruas e defender todo tipo de barbaridade que quiser. Quem vai levar a culpa é o Sérgio Cabral e não o PT. Bela estratégia.

Segundo, Sérgio Cabral é um político delirante. Uma característica da política brasileira e até mesmo mundial nas últimas décadas é o delírio. Vivemos uma espécie de “Era de Calígula”. Calígula foi o louco imperador romano que, entre outras coisas, nomeou um cavalo como senador da república. Calígula representa o declínio do império romano. O problema é que atualmente existem muitos Calígulas, com suas respectivas loucuras e delírios. Podemos citar, por exemplo, o primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi, famoso por transformar o Estado, literalmente, em uma casa de prostituição, o presidente brasileiro Lula, famoso por fazer discursos sem sentido, e mais recentemente o governador Sérgio Cabral. O problema da “Era de Calígula” é a decadência da vida pública e do debate político. Ao invés de discutirmos os reais problemas da sociedade – e o Rio de Janeiro está cheio de problemas sociais – fica-se falando, loucamente, de temas cômicos (vou andar nu, vou dançar para comemorar a Era de Aquários, etc), mas nada é afirmado sobre os dramas sociais. Na prática vivemos a decadência da sociedade contemporânea. Uma repetição da decadência do império romano, onde governantes loucos (Sérgio Cabral, etc), palhaços, ficam iludindo a população, enquanto as estruturas sociais são destruídas.


É preciso romper radicalmente com as duas estratégias que estão em jogo, ou seja, o PMDB, por meio do “topa tudo” Sérgio Cabral, ser o porta-voz das propostas antiéticas do PT, e a “Era de Calígula”, tão bem representada pelo populista Sérgio Cabral, a qual pretende transformar a política e a vida pública em brincadeira sem graça.

É preciso aproveitar a proposta de Sério Cabral (PMDB), ou seja, de acabar com a hipocrisia. Sem dúvida, uma sociedade democrática e livre será mais forte com a diminuição da hipocrisia. Uma boa forma de começarmos a acabar com a hipocrisia é banir da vida pública políticos “topa tudo”, palhaços, como Sérgio Cabral. Enquanto políticos no estilo Sérgio Cabral forem para diante das câmaras de TVs fazerem piadas com a cara do cidadão, os graves problemas que a sociedade enfrenta (drogas, crises econômicas, crime organizado, etc) jamais serão combatidos e, por conseguinte, o cidadão sempre será refém de alguma estrutura política corrupta e clientelista. A política deve ter um forte teor de graça e de riso, mas não pode ter políticos que façam do cidadão um palhaço. Não podemos aceitar que o Calígula do Rio de Janeiro, ou seja, Sérgio Cabral, continue rindo da cara dos cidadãos. Chega de hipocrisia. Chega de Sérgio Cabral (PMDB).

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